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Inflação no Brasil regista, em Outubro, a menor taxa mensal em 27 anos ‎

Bernardo Bunga

12 Novembro, 2025 - 16:16

Bernardo Bunga

12 Novembro, 2025 - 16:16

A inflação do Brasil registou uma desaceleração histórica, em Outubro, ao fixar-se em 0,09%, traduzindo-se na menor taxa de inflação mensal desde 1998, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa, sobretudo, o impacto de uma queda de 2,39% nas tarifas de energia eléctrica residencial, factor que exerceu influência decisiva no comportamento do índice geral de preços

‎O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mensura a inflação oficial do país sul-americano, mostrou um arrefecimento em Outubro, confirmando a tendência de desaceleração observada nos últimos meses. Após a alta de 0,48% registada em Setembro e de 0,56% no mesmo mês de 2024, o índice apresentou um avanço mais contido, reflexo de uma dinâmica de preços mais moderada em diversos segmentos da economia.

‎Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses recuou para 4,68%, abaixo dos 5,17% verificados no trimestre imediatamente anterior. Este desempenho marca a primeira vez, em oito meses consecutivos, que o indicador rompe a barreira dos 5%.

‎Apesar da desaceleração observada em Outubro, a inflação oficial do país continental continua acima do limite estabelecido pelo governo para 2025. IPCA registou variação de 0,09% no décimo mês do corrente ano, o menor resultado mensal desde 1998, mas ainda acumula alta superior à meta de 3%, que admite uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais (p.p.) para mais ou para menos, estabelecendo um tecto de 4,5%.

‎De acordo com o IBGE, a principal influência para a queda do índice veio da redução nas tarifas de energia eléctrica residencial. O órgão destacou que, sem esse recuo nas contas de luz, o IPCA teria ficado em 0,20% no mês de Outubro.

‎O grupo Alimentação e Bebidas, que possui o maior peso na composição do índice e é determinante no custo de vida das famílias, apresentou estabilidade, com leve variação de 0,01%, o menor resultado para um mês de Outubro desde 2017. Entre os produtos com maior recuo destacaram-se o arroz (-2,49%) e o leite longa vida (-1,88%), enquanto o preço da batata subiu 8,56% e o óleo de soja, 4,64%.

‎Não obstante à desaceleração observada em alguns segmentos, a inflação de Outubro apresentou comportamento misto entre os grupos que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. De acordo com os dados, os preços da habitação recuaram 0,30%, acompanhados por artigos de residência (-0,34%) e comunicações (-0,16%).

‎Com esses resultados, o IPCA acumulado em 12 meses segue fora da meta estabelecida pelo governo pelo décimo terceiro mês consecutivo. Assim, o actual patamar mantém a inflação acima do tecto de 4,5%, cenário que tem levado o Banco Central a sustentar a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, o maior nível desde Julho de 2006, numa tentativa de conter as pressões de preços e ancorar as expectativas do mercado.

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