A Fidelidade Angola registou, no ano económico 2023, o seu pior resultado líquido dos últimos quatro anos, ao contabilizar 587,8 milhões de kwanzas, equivalente a 708.937,20 USD, ao câmbio do décimo segundo mês do ano em referência.
Em termos cronológico, em 2020, a seguradora havia registado um lucro de mil milhões de kwanzas, no ano a seguir (2021) caiu para 834 milhões, traduzindo-se numa perda de 20% nos lucros. O ano de 2022 foi de bonança, com os resultados da companhia a subir para 1,7 mil milhões de kwanzas. Já 2023 foi um ano de “vacas magras” para a equipa de Armando Ferreira Mota, que viu o lucro emagrecer em 66,8% face ao exercício anterior.
Se, por um lado, se justificam estes resultados com a “fortíssima depreciação do Kwanza durante o exercício de 2023”, os gestores da Fidelidade argumentam, por outro lado, que “a grande exposição da indústria seguradora à flutuação cambial, em virtude da aquisição compulsiva de resseguro no mercado internacional, custo adicional que não pode transferir para os Tomadores de Seguro, bem como o aumento do custo da tecnologia inerente à actividade seguradora, fez com que a Companhia registasse perdas cambiais, durante o exercício de 2023, no montante de 4.165,7 milhões de Kwanzas”.
Entretanto, visando contrariar os números do ano transacto, para o ano económico 2024, a Fidelidade está a apostar no crescimento do seu portfólio e na melhoria da gestão da carteira, por “forma a garantir maior rentabilidade”.
Pretende, igualmente, dar continuidade à política de expansão geográfica, com a abertura de seis pontos de venda nas províncias do Zaire, Uíge, Lunda Norte, Moxico, Bengo e Cuanza Norte.
Apesar da conjuntura desfavorável, segundo o Relatório & Contas, a seguradora registou um volume de prémios brutos emitidos no valor de 46.698,6 milhões de Kwanzas, representando um crescimento de 26,9% relativamente ao exercício anterior. O Ramo Vida cresceu globalmente 8,0% para 2.275,8 milhões de Kwanzas, sendo que a componente Vida Risco cresceu 23,2% para 1.896,1 milhões de Kwanzas e os Ramos Não Vida registaram um crescimento de 28,0% para os 44.422,8 milhões de Kwanzas. A evolução verificada nos prémios brutos emitidos irá posicionar a Companhia numa quota de mercado de acima dos 11,8% atingidos em 2022, mantendo a sua posição no Top 3 do Mercado Angolano de Seguros.