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A rápida ascensão da primeira mulher a assumir a presidência do Peru

08-12-2022 9:55

Salomé Fernandes

Jornalista Expresso

08-12-2022 9:55

Salomé Fernandes

Jornalista Expresso

Há apenas quatro anos candidatava-se ao seu primeiro cargo político. Agora, é Presidente do Peru. Dina Boluarte é advogada, tem 60 anos, e declara o combate à corrupção como uma prioridade, dias depois de uma comissão parlamentar afastar alegações de que tivesse violado a Constituição

“Rejeito a decisão de Pedro Castillo de perpetrar a quebra da ordem constitucional com o encerramento do Congresso. É um golpe que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com o estrito cumprimento da lei”, escreveu Dina Boluarte no Twitter, na quarta-feira à tarde. No mesmo dia, assumiu a presidência do Peru. A sua tomada de posse como nova chefe de Estado do Peru, depois de já ter passado pela vice-presidência, surge no seguimento de uma crise política no país. É a primeira mulher a subir ao cargo.

Em julho, Boluarte afastou a possibilidade de que o Executivo dissolvesse o parlamento. “O Executivo nunca tentou dissolver o Parlamento, essas ideias não fazem parte do Executivo; sempre dissemos ‘trabalharemos juntos’ porque os deputados, como o presidente e a vice-presidente, fomos eleitos para governar por cinco anos”, afirmou na altura, segundo noticiou a rádio peruana RPP. Boluarte frisou a necessidade de evitar “conflitos desnecessários” em prol dos interesses do país, colocando o foco em trabalhar pela população mais vulnerável.

LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO

Dina Boluarte nasceu em Chalhuanca em 1962. Segundo a BBC, é a mais nova de 14 irmãos e a sua incursão na política é recente, tendo-se candidatado pela primeira vez a um cargo político há quatro anos. Em causa estava a corrida para presidente de Câmara de Surquillo, em Lima. Em julho de 2021 tornou-se vice-presidente, mantendo simultaneamente o cargo de ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social. Há cerca de duas semanas deixou a sua posição como ministra.

“Hoje tomei a decisão de continuar na próxima [estrutura] ministerial. Depois de uma produnda reflexão não tenho dúvida de que a polarização atual prejudica todos, especialmente o cidadão comum que procura uma saída da crise política e económica”, justificou no o Twitter. No entanto, assegurou que iria manter o seu esforço de união da população enquanto vice-presidente.

Epa/Paolo Aguiar

No seu primeiro discurso como Presidente, a advogada de 60 anos pediu uma “trégua política” para criar um governo de unidade nacional e apontou a luta contra a corrupção como prioridade, observou a CNN. “Vi com repulsa como a imprensa e os órgãos judiciais denunciaram atos vergonhosos de roubo de dinheiro de todos os peruanos, este cancro tem de ser erradicado”, disse.

France 24 descreve que há apenas dois dias se colocava a hipótese de Boluarte ser desqualificada de assumir cargos públicos por um período de dez anos, depois de ser acusada de manter cargos públicos e privados em simultâneo, algo que é proibido por lei. No entanto, uma comissão parlamentar rejeitou as queixas de que tivesse violado a Constituição.

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