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Rússia expulsa embaixador da Estónia e baixa nível de relações

23-01-2023 2:55

DN/Lusa

23-01-2023 2:55

DN/Lusa

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo convocou o embaixador da Estónia para comunicar um "forte protesto" de Moscovo em relação às "ações das autoridades estónias" e acusou os líderes da Estónia de "russofobia"

Rússia ordenou esta segunda-feira a expulsão do embaixador da Estónia em Moscovo e reduziu as relações com Talin ao nível de encarregado de negócios, apontando a “total russofobia” estoniana, noticiou a agência estatal russa TASS.

A medida segue-se à expulsão, no início de janeiro, de 21 diplomatas russos e outros funcionários da embaixada da Federação Russa em Talin.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo confirmou que se trata de uma medida de retaliação.

“A Estónia deu um novo passo pouco amistoso para reduzir radicalmente a dimensão da embaixada russa em Talin, confirmando a linha para o colapso das relações entre os nossos países”, lê-se no comunicado.

O ministério liderado por Serguei Lavrov informou que convocou o embaixador da Estónia, Margus Laidre, para comunicar um “forte protesto” de Moscovo em relação às “ações das autoridades estónias”.

Acusou também os líderes da Estónia de terem destruído “propositadamente toda a gama de relações com a Rússia”.

“Total russofobia, o cultivo da hostilidade para com o nosso país foi elevado por Talin à categoria de política de Estado”, disse a diplomacia russa, citada pela agência norte-americana AP.

O diplomata da Estónia terá de deixar a Rússia até 7 de fevereiro, disse o ministério russo.

“Continuaremos a reagir às medidas hostis tomadas pelos dirigentes estonianos”, acrescentou, segundo a agência francesa AFP.

A Estónia reduziu as suas relações bilaterais com Moscovo “ao mínimo absoluto” desde a invasão russa da Ucrânia, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros estónio, Urmas Reinsalu, em 11 de janeiro.

O Governo estónio justificou a expulsão de funcionários russos com o objetivo de “atingir a paridade do pessoal da embaixada”, fixando o número da representação russa em oito diplomatas e 15 funcionários administrativos e técnicos.

As chamadas três repúblicas do Mar Báltico, Estónia, Letónia e Lituânia, têm denunciado a ameaça de Moscovo para a região desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.

Estes três países fizeram parte da União Soviética, o bloco de Leste liderado pela Rússia cujo colapso, em 1991, deu origem a várias nações independentes, incluindo as três repúblicas do Báltico e a Ucrânia.

Estónia, Letónia e Lituânia fazem agora parte da União Europeia (UE) e da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Com 45.228 quilómetros quadrados, cerca de metade da área de Portugal, a Estónia tem pouco mais de dois milhões de habitantes.

A guerra na Ucrânia, que completa esta segunda-feira 11 meses, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A Ucrânia tem resistido às forças russas com o apoio de armamento enviado pelos seus aliados ocidentais, incluindo Estados-membros da UE e Estados Unidos.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.

O conflito provocou também cerca de oito milhões de refugiados, dos quais mais de 66.074 estão registados na Estónia, 35.212 na Letónia e 73.040 na Lituânia, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

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