Opinião

Indira Santos

Marketeer e Artista Plástica

04-01-2023 1:33

04-01-2023 1:33

Indira Santos

Marketeer e Artista Plástica

Tudo começou com o escritor norte-americano Neal Stephenson, em 1992, quando escreveu o livro “Snow Crash”, um romance de ficção científica de auto-sátira que nos leva a viajar pelos “Avatares”, “Hackers” e um mundo paralelo e virtual — o Metaverso.

O livro veio levantar mais questões filosóficas à volta da tecnologia; se estamos de facto mais conectados, através de Avatares e realidade virtual, teremos espaço para estarmos mais reunidos e de forma humanizada. O sonho de criar robôs mais “humanizados” está nos projectos de 2023. Esperemos que não sejam idênticos aos dos filmes de ficção científica. Tenho lido muito sobre o metaverso e como se adaptará ao mercado africano e mais propriamente ao contexto angolano. A literacia digital em Angola continua a ser um desafio e o acesso à Internet, precário, condição sine qua non para o uso do metaverso.

O metaverso abre uma nova forma de pensar produtos e serviços. Os departamentos de Marketing têm aqui uma porta aberta para oportunidades. Pode ler-se no sítio da META: “Veja o que alguns dos nossos criadores estão a fazer no Meta Horizon Worlds, agora é a tua vez de construir o teu próprio mundo fantástico e dar vida à tua visão. Quando investes no Meta Horizon Worlds, vamos permitir-te reunir com os teus amigos e comunidades. Mesmo se estiveres num mundo paralelo.”

Vale a pena investir no metaverso? Como tudo funciona e como pode alterar a experiência do consumidor? O metaverso é uma tecnologia que nos possibilita o acesso a mundos virtuais, permitir-nos-á vivenciar a (uma nova) realidade ou ainda com base nas nossas expectativas, se pensarmos no ponto de vista do consumidor de produtos ou serviços. O objectivo: Conexão.

Interacção social, por via de redes sociais, hologramas, NFTs, espaços de trabalho virtuais, criptomoedas, jogos online, e toda uma dinâmica de interacção com recurso à tecnologia. O maior desafio das empresas, sem dúvida, é transformar o METAVERSO num investimento lucrativo e sustentável a longo prazo. Não é algo novo, em mercados mais maduros, como o caso da Meta, de Mark Zuckerberg, foi feito um investimento grande em plataformas de realidade virtual sem contar com milhões já gastos para o sonho do futuro.

Sem os óculos de realidade aumentada e outros dispositivos tecnológicos o metaverso terá algumas dificuldades de penetração em alguns mercados, mas continua a ter grande potencial para criação de novas experiências e hábitos de consumo. Um bom caso para análise é o da empresa IKEA, a multinacional de origem sueca no ramo imobiliário que criou uma estratégia de realidade aumentada com Place App, aplicativo que permite que os clientes removam os móveis de casa, os substituam e façam a decoração. Mas tem muito mais, muda a forma como os consumidores interagem com os produtos, oferecendo uma experiência hiper-realista que agrega muito valor à experiência de compra. O cliente pode experimentar diferentes cores da parede de casa, definir o ambiente, modificar a cozinha com centenas de opções de escolha dependendo da criatividade e inovação de cada. Similar ao jogo “The Sims”, lançado em 2000, que já nos propunha um olhar sobre a vida real, em que os Sims eram os avatares do metaverso com funções de alteração de espaços e decoração da casa.

As empresas de tecnologias são as maiores investidoras, porém, os mercados de beleza, moda, cosméticos têm inovado bastante. Um exemplo disso é a “Metaverse Like Us”, campanha da Clinique, uma marca americana de produtos para a pele que juntou avatares de várias origens permitindo passar uma imagem de maior diversidade e igualdade racial. Haverá algo de novo? Uma migração da realidade para o virtual que já é tendência do século. Alguns especialistas na área da saúde mental alertam para as confusões de fórum cerebral sobre choques entre o mundo virtual e o físico. Terá um futuro de conexão e prosperidade?

Deixemos o tempo.

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