“Vamos marchar no próximo sábado, dia 17 de Dezembro, para, de facto, repudiar esta tentativa de intimidação aos jornalistas”, anunciou o secretário-geral Teixeira Cândido.
Nos últimos anos, os jornalistas em Angola têm sido alvos de várias intimidações . Perto de uma dezena de profissionais foram detidos e agredidos em pleno exercício da profissão. As intimidações à classe agora estão direccionadas ao Sindicato dos Jornalistas Angolanos e ao seu líder.
Desde Novembro último que a sede do órgão que defende os direitos dos jornalistas tem sido invadido. No sábado (03.12), o espaço foi novamente assaltado.
Os supostos assaltantes voltaram a levar o mesmo computador que tinha sido roubado nas últimas vezes.
Para além do escritório do sindicato, residência dos jornalistas também têm sido invadidas e os “meliantes”, estes, levam computadores, principais meios de trabalho dos escribas.
“Se algum jornalista violou algum direito de personalidade, esse jornalista tem de ser responsabilizado nos termos da Constituição e da lei. Se o membro do sindicato, no exercício da sua actividade desrespeitou ou violou algum direito, ele tem de ser responsabilizado nos termos da Constituição e da lei. Portanto, não faz sentido quererem levar os computadores dos jornalistas, nosso instrumento de trabalho, lugar pelo qual armazenamos informações necessárias para fazermos a nossa actividade. Quando se ataca o nosso meio de trabalho há aqui um recado implícito de que se pretende condicionar os profissionais”.
Entretanto, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) esteve, no último fim de semana, na sede do sindicato e voltou a estar no local na manhã de hoje. Desde o primeiro assalto, não houve nenhum pronunciamento da polícia.
O secretário-geral do SJA aguarda com expectativa o resultado do inquérito do SIC.
“Vamos aguardar que o SIC faça o seu trabalho de acordo com os seus métodos e esperar depois do final disso possamos ter o conhecimento de quem está por detrás destes actos”.
O jornalista da Rádio Essencial, Carlos Tomé, é um dos profissionais agredidos e detido em uma manifestação, realizada em Outubro de 2020.
Em conversa com O Telegrama, Tomé disse que a invasão ao sindicato é uma ameaça à classe jornalística.
“Não considero assalto. Eu considero isso ameaça porque ninguém rouba computador e devolve dois dias depois. Quem quer alguma coisa leva para sempre”, disse o jornalista que se teme pela segurança dos colegas.
“A cidade de Luanda é vulnerável do ponto de vista de segurança. Imagine para um jornalista é mais vulnerável tendo em conta o número de assaltos e ameaças que temos sido vítimas”.
O jornalista vinculado ao Novo Jornal, Fernando Calueto, afirma que todos os profissionais devem atender ao apelo do sindicato.