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Ministro do Interior saiu da audição parlamentar reforçado com um “voto de confiança” dos deputados

09-02-2023 1:47

Nelson Francisco Sul

Director

09-02-2023 1:47

Nelson Francisco Sul

Director

Eugénio Laborinho foi à Comissão de Defesa, Segurança, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, na Assembleia Nacional, para ser interpelado pelos deputados acerca do episódio que envolve o contrabando de drogas no país e que supostamente estarão envolvidos altas patentes da Polícia Nacional (PN) e dos Serviço de Investigação Criminal (SIC)

Numa audição solicitada pela 2ª Comissão, e não pelo Grupo Parlamentar do MPLA, conforme veiculado por alguns meios, o ministro Laborinho fez-se acompanhar, nesta audição, de uma delegação que inclui, entre outras entidades, o comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Manuel Carlos, o director nacional da Segurança Pública da Polícia Nacional, Orlando Bernardo, e o director da Direcção de Combate ao Narcotráfico, José Carlos.

Na Casa das Leis, de acordo com a descrição de vários deputados consultados pel’O Telegrama, os responsáveis da segurança pública responderam a todas as perguntas “sem quaisquer constrangimentos”. As explicações do ministro do Interior, o general Eugénio Laborinho, convenceram os deputados, tanto os do partido do governo como os do maior partido na oposição, que são os únicos que integram a 2ª Comissão Parlamentar.

“Foi uma audição bastante necessária”

Além das questões de natureza de segurança pública, Laborinho e a sua comitiva foram confrontados com as denúncias de tráficos de drogas, que supostamente teriam a “bênção” de altas patentes do SIC, o Serviço de Investigação Criminal. O episódio do navio “Simione”, apreendido em Espanha com três toneladas de droga, foi outro tema abordado. Sobres as duas matérias, o ministro e a sua equipa disseram aos deputados que se tratava de notícias que não correspondem com a verdade, atribuindo a sua autoria “a pessoas de má-fé”.

“O ministro disse que o navio que foi apreendido pelas autoridades espanholas saiu de Angola, com uma tribulação angolana, com destino ao Senegal. Porém, posto neste país, enquanto a tribulação se encontrava no hotel, o navio foi roubado”, disse fonte parlamentar do MPLA a’O Telegrama. Para reforçar a tese de não envolvimento de oficiais superiores da Polícia angolana no contrabando de drogas, Laborinho terá afirmado que, de entre as mais de uma dezena de detidos, nenhum deles tem a nacionalidade angolana.

“Foi uma audição bastante necessária e que nos ajudou a compreender os vários fenómenos. Esse tipo de audições gera solidariedade e críticas construtivas para o melhoramento do trabalho das autoridades”, defendeu Joaquim Nafóia, deputado da UNITA e um dos vice-presidente da comissão de defesa, segurança, ordem interna, antigos combatentes e veteranos da pátria.

“Aconselhámos o ministro do Interior e os responsáveis da Polícia e Investigação Criminal para que possam dar as mesmas explicações à sociedade, no sentido de a opinião pública tirar as suas conclusões. Há um défice muito grande de comunicação. Um relato de narcotráfico não pode resumir-se num simples comunicado lacónico como aquele que foi emitido pelo SIC”, disse Nafóia, considerando ter saído satisfeito da reunião.

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