Na intenção de influenciar o mercado global de petróleo, os principais países produtores anunciaram um aumento na produção de barris diários. Segundo comunicado de imprensa divulgado no último sábado, a produção adicional será de 411 mil barris por dia, repetindo os níveis de crescimento observados em Maio e Junho deste ano. Volume que representa três vezes mais do que o inicialmente previsto pelas autoridades energéticas.
Este aumento ocorre em paralelo aos cortes voluntários implementados por um grupo selecto de países-membros e aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros (OPEP+), como parte de um processo para sustentar os preços internacionais do petróleo bruto.
Desde os últimos anos, Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã têm actuado em conjunto para reduzir a oferta global, com cortes adicionais que somam 2,2 milhões de barris por dia.
No início do ano, as autoridades do sector energético haviam adoptado uma abordagem cautelosa: promover uma reintrodução gradual da oferta de petróleo no mercado global, num esforço coordenado para evitar choques de preços e garantir uma transição estável após um período prolongado de contenção.
A estratégia previa um retorno progressivo aos níveis pré-crise, calibrado cuidadosamente em função da recuperação da demanda global e dos indicadores macroeconómicos.
A reviravolta teve efeitos quase imediatos. A injecção de volumes adicionais no mercado global resultou em uma pressão descendente sobre os preços. Em poucas semanas, a cotação do barril despencou para a casa dos 60 dólares, o nível mais baixo registado nos últimos quatro anos.