O Índice de Preços no Consumidor (IPC) referente ao mês de Julho, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique, revelou que o país voltou a registar deflação pelo quarto mês consecutivo, com uma queda de 0,22% face ao mês de Junho.
A tendência foi fortemente influenciada pelo desempenho de dois sectores-chave da economia: transportes e alimentação e bebidas não alcoólicas.
De acordo com os dados oficiais, o segmento da alimentação e bebidas não alcoólicas apresentou um contributo de 0,21 pontos percentuais (p.p.) negativo para a variação mensal. Já o sector dos transportes reforçou a trajectória de queda, contribuindo com variação negativa de 0,11 p.p., num contexto associado à diminuição dos custos com combustíveis e tarifas de transporte público.
A instituição responsável pela divulgação dos dados estatísticos refere que, de Janeiro a Julho do ano em curso, o país do Índico registou um aumento do nível geral de preços na ordem de 0,97%. As divisões de Restaurantes, hotéis, cafés e similares e de Alimentação e bebidas não alcoólicas foram as de maior destaque, ao contribuírem com cerca de 0,49 p.p. e 0,22 p.p. positivos, respectivamente.
Comparativamente a igual período do ano anterior, os preços do mês em análise registaram um aumento na ordem de 3,96%. As divisões de Alimentação e bebidas não alcoólicas e de Restaurantes, hotéis, cafés e similares foram as que tiveram maior aumento de preços ao variarem com cerca de 8,99% e 8,91%, respectivamente.
A inflação acumulada em Moçambique encerrou 2024 em 4,15%, segundo dados anteriores divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), recuando face aos 5,3% registados no em 2023 e situando-se significativamente abaixo do pico de quase 13% alcançado em Julho de 2022.
Apesar desta trajectória descendente, as projecções do Executivo apontam para uma inversão da tendência neste exercício económico, com a taxa a encerrar 2025 em torno de 7%.
Entretanto, o Banco de Moçambique mantém uma perspectiva de moderação inflacionista a curto prazo, sustentada por medidas recentes com impacto directo no cabaz de consumo. Entre elas, destacam-se a isenção do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) aplicada a determinados produtos básicos e a redução, em até 60%, das tarifas de portagens em várias infra-estruturas rodoviárias estratégicas.
A análise desagregada da variação mensal dos preços, com base nos centros de recolha que servem de referência para o cálculo da inflação nacional, revela um cenário misto no mês de Julho. Os dados indicam que apenas as cidades de Tete e Nampula registaram aumentos nos preços, com variações positivas de 0,42% e 0,02%, respectivamente.
Em contrapartida, a maioria dos centros urbanos apresentou reduções no IPC. A maior queda foi registada na Cidade de Quelimane, com uma retracção de 0,58%, seguida de perto por Xai-Xai, que registou uma redução 0,57%. A Província de Inhambane apresentou um recuo de 0,45%, enquanto a Cidade da Beira registou uma descida de 0,38%. Já Chimoio e Maputo encerraram o mês com variações negativas de 0,23% cada.