Para além dos 340 contratos anunciados, o Standard Bank Angola (SBA) aprovou 40 contratos voltados ao Aviso n.º 9, avaliados em AOA 3 mil milhões (US$ 3,3 milhões). Os dados foram apresentados por Luís Teles, Presidente da Comissão Executiva do SBA, no painel dedicado aos Instrumentos Financeiros e Governamentais para o incentivo à economia nacional.
Segundo Luís Teles, o Standard Bank tem desenvolvido produtos financeiros inovadores, com destaque para soluções de trade finance como o desconto de factura, financiamento de contratos e pagamentos de facturas. Estas iniciativas, na visão do PCE, são especialmente dirigidas a empresas prestadoras de serviços ao sector Oil & Gas, reforçando a aposta no conteúdo local e no apoio às cadeias de valor nacionais.
No âmbito da sua proposta de valor para o conteúdo local, o SBA já financiou cerca de AOA 10 mil milhões (US$ 10,97 milhões) para empresas ligadas ao sector petrolífero, estando ainda AOA 10 mil milhões (US$ 10,97 milhões) em análise. A instituição tem apostado em parcerias estratégicas como a estabelecida com o Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), com vista à criação de programas de capacitação prática e especializada, parceria que facilita o acesso ao crédito, aos novos mercados e à formação financeira.
Sobre o papel da banca no financiamento da economia, o responsável considerou que “tem sido bastante positivo”. “Se analisarmos os dados partilhados pelo BNA, o crédito à economia tem vindo a crescer bastante. Este ano, até Junho, já cresceu acima de 30%. Portanto, os bancos têm tido um papel cada vez mais activo na promoção do crescimento económico através de um aumento do crédito”, apontou Luís Teles.
Apesar dos avanços, o PCE destacou cinco grandes desafios que Angola ainda enfrenta: a dependência do petróleo, a ausência de investimento directo estrangeiro fora do sector petrolífero, a fraca oferta de bens e serviços, a necessidade de diversificação económica com foco em exportações, e, principalmente, a elevada dívida pública.
Por fim, Luís Teles apontou como o desafio “mais importante de todos” a necessidade de Angola ter uma dívida pública baixa e sustentável. “O rácio do serviço da dívida versus receitas fiscais está na ordem dos 100%. Isso significa que grande parte dos recursos fiscais originados pelo Estado estão, neste momento, alocados ao serviço da dívida. Algo que vai continuar nos próximos anos”, alertou.