A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) assinala uma década de actividade com números que revelam o amadurecimento gradual do mercado de capitais nacional. A Presidente da Comissão Executiva, Cristina Lourenço, uma das Keynote Speaker da conferência promovida pelo O Telegrama, mostrou os dados de financiamentos de Angola via eurobonds e mercado da bolsa local, através da captação em títulos do tesouro ao longo dos 10 anos.
Debruçando-se sobre o tema “10 anos de Eurobonds & 10 anos de Bolsa Angolana”, Cristina frisou que, em termos de membros, a Bolsa local conta com 11 distribuidoras, 8 correctoras, 21 agentes de liquidação e 1 membro associado, que é o Banco Nacional de Angola (BNA), quatro (4) mercados da bolsa (do mercado secundário) e (três) 3 nos mercados de balcão organizado (do mercado primário).
Destacou ainda o desempenho do mercado secundário, com os dados a indicar uma evolução do montante negociado na “Bolsa de Luanda”. Nos últimos 3 anos, isto é, de 2023 a Setembro de 2025, embora se tenha observado uma tendência decrescente, a BODIVA registou neste período maiores montantes negociados desde a sua entrada em funcionamento, tendo somado um montante de AOA 17,84 biliões (US$ 19,57 milhões). O ano de 2023, período em que ocorreu a Admissão das Obrigações Corporativas da Griner e da Sonangol, foi o que registou maior montante em 10 anos, com a calculadora a somar AOA 7,81 mil milhões (US$ 8,56 milhões).
Um outro ponto que chamou atenção durante a apresentação da PCE da BODIVA, tem que ver com o desempenho – ofertas públicas de 2022 a 2025. Os números expostos apontam que neste período foram arrecadados AOA 367,60 mil milhões (US$ 403 milhões) via ofertas públicas, com um rácio de cobertura de 330,35% e um montante procurado avaliado em AOA 1,24 bilião (US$ 1,36 mil milhões).
Em forma de conclusão, Cristina realçou que o avanço do mercado doméstico cria oportunidades para captação de recursos estrangeiro, assim como Dual Listings, permitindo negociações simultâneas na BODIVA e em Bolsas Estrangeiras, destacando que equilíbrio entre dívida interna e externa é essencial para reduzir riscos cambiais e de refinanciamento.