O anúncio foi formalizado durante a sessão plenária do organismo global de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, um momento considerado “histórico” pelas autoridades moçambicanas.
Moçambique, que desde 2022 figurava na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), superou um dos períodos mais delicados da sua credibilidade financeira global. A inclusão nesta categoria, que implica vigilância reforçada, resultou de fragilidades identificadas nos mecanismos de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, áreas consideradas sensíveis para a integridade do sistema financeiro internacional.
Durante os três anos de monitoria, o país foi instado a implementar um conjunto rigoroso de reformas estruturais, entre elas o fortalecimento da Unidade de Informação Financeira (UIF), a melhoria dos sistemas de supervisão bancária e o alinhamento das práticas nacionais aos padrões internacionais de transparência. O cumprimento progressivo dessas exigências permitiu ao país reconquistar a confiança dos parceiros multilaterais e das instituições financeiras estrangeiras.
Segundo o Governo, esta conquista reflecte um esforço colectivo que envolveu o Estado, o sector privado, a sociedade civil e os cidadãos, num exercício de coordenação, transparência e compromisso nacional. “Este é um marco que não pertence a um sector, a uma instituição ou a um grupo. Pertence a todos nós, moçambicanos e moçambicanas, que acreditamos na força da integridade, da persistência e da união”, destacou a ministra das Finanças, Carla Louveira, citado pelo Evidências.
“Hoje celebramos, mas também reflectimos. O futuro exigirá de nós mais unidade, mais disciplina e mais sentido de Estado. Devemos manter a coesão institucional e o compromisso com a transparência e o desenvolvimento sustentável”, acrescentou a titular das Finanças.