Em comunicado enviado ao O Telegrama, a KPMG explica que a decisão teve como base a saída de Maria Inês Rebelo Filipe, que deixa a liderança por motivos de reforma. Em consequência, a firma de consultoria e auditoria aprovou um modelo de governance, designado por “Cluster KPMG Portugal e Angola”, traduzindo-se numa estrutura que visa fortalecer a cooperação entre as equipas dos dois países, acelerar a tomada de decisões e promover uma circulação mais eficaz do conhecimento técnico e estratégico.
À frente desta nova estrutura estará Víctor Ribeirinho, com mais de 34 anos de experiência em auditoria e assurance, e membro do Global Council da KPMG Internacional e do Board da Região EMA (Europa, Médio Oriente e África). É, ainda, Perito Contabilista em Angola e Revisor Oficial de Contas em Portugal.
A nota de imprensa da KPMG Angola assinala, também, que Ribeirinho possui “uma ligação profissional e pessoal de longa data com o mercado angolano, que remonta a 1992, quando integrou o primeiro grande projecto do Banco Mundial de avaliação do sector bancário em Angola”.
Citado no documento, o sucessor de Inês Filipe destacou “a importância desta nova etapa”, tendo aproveitado a ocasião para deixar uma palavra de reconhecimento à ex-presidente, sublinhando o seu contributo decisivo para o crescimento e consolidação da KPMG em Angola.
“Quero agradecer à Inês Filipe todo o legado que construiu e o contributo fundamental que deu para o crescimento da KPMG Angola e para a afirmação de uma cultura de excelência e inovação. Sem o seu trabalho, não estaríamos agora a dar início a esta nova fase, em que queremos projectar Angola para o Mundo”, afirmou Víctor Ribeirinho, Senior Partner do Cluster KPMG Portugal e Angola.
Valorização do capital humano local
De acordo ainda com o documento, o novo modelo vai privilegiar a execução, a agilidade nas decisões e a partilha estruturada do conhecimento crítico, criando maior fluidez entre os escritórios de Luanda, Lisboa, Porto e Évora.
“A KPMG em Angola parte de uma base local sólida e ganha escala global: 90% da equipa é angolana, assim como três dos cinco administradores ou os responsáveis pelos departamentos Financeiro e de Recursos Humanos”, lê-se no documento.
Além da consolidação interna, segundo o documento, o Cluster KPMG Portugal e Angola reflecte “uma oportunidade para expandir a actuação em sectores estratégicos, como banca e seguros, energia, transportes, logística e economia do mar”, tendo como base “o acesso directo à experiência e às boas práticas da KPMG Portugal que opera em mais de 20 geografias permitirá uma colaboração mais ágil e eficiente, criando valor acrescentado para os clientes e para o desenvolvimento sustentável dos dois mercados”.