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Angola regista a mais baixa taxa de desemprego dos últimos cinco anos ‎

Bernardo Bunga

1 Dezembro, 2025 - 12:26

Bernardo Bunga

1 Dezembro, 2025 - 12:26

O retrato estatístico do mercado de trabalho, relativo ao terceiro trimestre de 2025, mostra a centralidade do emprego informal na absorção da força de trabalho nacional, correspondendo a 77,1% da população ocupada

‎A taxa de desemprego da População Economicamente Activa (PEA), que integra todos os cidadãos com 15 ou mais anos aptos e disponíveis para trabalhar, fixou-se no terceiro trimestre de 2005 no patamar mais baixo dos últimos cinco anos.

‎O nível agora registado rompe um ciclo de estagnação e volatilidade que se arrastava desde o segundo trimestre de 2019, quando o desemprego se situara em 28,7%.

‎Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelam que o desemprego na População Economicamente Activa (PEA) se fixou em 26,9%, representando uma queda homóloga de 3,90 pontos percentuais face aos 30,80% observados no mesmo período de 2024. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve uma diminuição da taxa de desemprego de 1,90 p.p.

‎Em termos absolutos, na estrutura do mercado de trabalho, a população desempregada com 15 ou mais anos atingiu o patamar de 5 263 711 de pessoas, dos quais 2 401 267 são homens, representando cerca de 45,62% dos desempregados no período em análise e 2 801 701 são mulheres, equivalente a 54,38% no universo dos desempregados, reforçando uma realidade em que a dimensão do desemprego ultrapassa barreiras de género, mas recai de forma mais severa sobre o universo feminino.

‎Para as mulheres, a taxa de desemprego no terceiro trimestre do ano em curso situou-se em 28,26% e, para os homens, a taxa de desemprego fixou-se em 25%. Na análise do desemprego por área, a taxa de desemprego urbano foi de 30,3%, uma redução de 3,6 p.p. face ao IIIT24. Em contraste, a área rural, com uma taxa de desemprego de 16,6%, testemunhou uma queda homóloga de 8,8 p.p. do nível do desemprego.

Emprego informal

‎O retrato estatístico do mercado de trabalho, relativo ao terceiro trimestre de 2025, mostra a centralidade do emprego informal na absorção da força de trabalho nacional. Os dados apontam que cerca de 11 053 485 de pessoas, correspondendo a 77,1% da população ocupada, encontram-se enquadradas em actividades informais.

‎A desagregação por género expõe assimetrias expressivas. Entre os homens ocupados, 4 849 281 (67,4%) estão inseridos no sector informal. No entanto, é no segmento feminino que a incidência atinge maior intensidade, 6 204 203 (86,9%) das mulheres com emprego dependem da economia informal.

‎Outro traço relevante diz respeito ao recorte territorial. A informalidade mostra-se significativamente mais elevada nas zonas rurais, onde atinge 95,3% da população empregada, traduzindo-se quase numa regra estrutural de sobrevivência e numa ausência de alternativas produtivas de natureza formal.

‎Já nas áreas urbanas, apesar de uma maior presença de emprego regulamentado em relação às zonas rurais, os índices ainda são preocupantemente elevados, alcançando 69,9%, dados que revelam a desigual distribuição do investimento público e privado.

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