A taxa de desemprego da População Economicamente Activa (PEA), que integra todos os cidadãos com 15 ou mais anos aptos e disponíveis para trabalhar, fixou-se no terceiro trimestre de 2005 no patamar mais baixo dos últimos cinco anos.
O nível agora registado rompe um ciclo de estagnação e volatilidade que se arrastava desde o segundo trimestre de 2019, quando o desemprego se situara em 28,7%.
Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelam que o desemprego na População Economicamente Activa (PEA) se fixou em 26,9%, representando uma queda homóloga de 3,90 pontos percentuais face aos 30,80% observados no mesmo período de 2024. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve uma diminuição da taxa de desemprego de 1,90 p.p.
Em termos absolutos, na estrutura do mercado de trabalho, a população desempregada com 15 ou mais anos atingiu o patamar de 5 263 711 de pessoas, dos quais 2 401 267 são homens, representando cerca de 45,62% dos desempregados no período em análise e 2 801 701 são mulheres, equivalente a 54,38% no universo dos desempregados, reforçando uma realidade em que a dimensão do desemprego ultrapassa barreiras de género, mas recai de forma mais severa sobre o universo feminino.
Para as mulheres, a taxa de desemprego no terceiro trimestre do ano em curso situou-se em 28,26% e, para os homens, a taxa de desemprego fixou-se em 25%. Na análise do desemprego por área, a taxa de desemprego urbano foi de 30,3%, uma redução de 3,6 p.p. face ao IIIT24. Em contraste, a área rural, com uma taxa de desemprego de 16,6%, testemunhou uma queda homóloga de 8,8 p.p. do nível do desemprego.
Emprego informal
O retrato estatístico do mercado de trabalho, relativo ao terceiro trimestre de 2025, mostra a centralidade do emprego informal na absorção da força de trabalho nacional. Os dados apontam que cerca de 11 053 485 de pessoas, correspondendo a 77,1% da população ocupada, encontram-se enquadradas em actividades informais.
A desagregação por género expõe assimetrias expressivas. Entre os homens ocupados, 4 849 281 (67,4%) estão inseridos no sector informal. No entanto, é no segmento feminino que a incidência atinge maior intensidade, 6 204 203 (86,9%) das mulheres com emprego dependem da economia informal.
Outro traço relevante diz respeito ao recorte territorial. A informalidade mostra-se significativamente mais elevada nas zonas rurais, onde atinge 95,3% da população empregada, traduzindo-se quase numa regra estrutural de sobrevivência e numa ausência de alternativas produtivas de natureza formal.
Já nas áreas urbanas, apesar de uma maior presença de emprego regulamentado em relação às zonas rurais, os índices ainda são preocupantemente elevados, alcançando 69,9%, dados que revelam a desigual distribuição do investimento público e privado.