Embora possa parecer complexo à primeira vista, a lógica é relativamente simples: à medida que as empresas continuam a contratar e a expandir-se, a mão-de-obra disponível será gradualmente absorvida, resultando numa redução progressiva do desemprego.
Segundo os dados mais recentes, divulgados em maio deste ano, o executivo europeu mantém a projeção de que a percentagem de pessoas que desejam trabalhar, mas não conseguem encontrar emprego, se situará nos 6,5%. Para os menos familiarizados com os termos económicos, isto significa que, aproximadamente, 6 ou 7 em cada 100 pessoas estão desempregadas.
Comparativamente a 2022, este número aumentou cerca de duas décimas, de 6,2% para 6,5%. Ou seja, mais pessoas em idade para trabalhar não conseguiram encontrar emprego, apesar do aumento na procura. Este fenómeno explica-se, em parte, pela imigração.
Não obstante, esta leitura dos dados depende de vários fatores, como o crescimento económico, a confiança dos empregadores e políticas governamentais favoráveis. No que diz respeito a esta última questão – e considerando uma governação fortemente influenciada pela sua capacidade de aprovar o Orçamento do Estado para 2025 – é ainda cedo para fazer previsões.
A necessidade aguça o engenho
“À medida que alguns setores da economia continuam a enfrentar condições de contratação restritivas, é expectável que os salários cresçam um pouco mais rápido do que a inflação, apoiados também por sólidas margens de lucro no setor corporativo”, lê-se no relatório publicado pela Comissão Europeia.
Também aqui não há mistério algum. Resumindo, aplica-se o velho ditado: “a necessidade aguça o engenho”. Como certos setores necessitam urgentemente de trabalhadores, teoricamente, estarão dispostos a oferecer salários mais atrativos para atrair pessoas. Assim sendo, os salários aumentam a um ritmo superior ao da inflação, que diminuiu de 5,9% (em 2023) para 2,3% (em 2024).