Joseph Biden está fora da corrida. Em mais de 100 anos de história democrática, o actual presidente dos Estados Unidos vai, assim, endossar a lista de presidentes que não cumpriram o segundo mandato. Uma desistência que está a abalar os EUA.

A decisão não é para menos. O próprio Biden, que saiu da corrida presidencial em momento histórico, precisamente a um mês da convenção do Partido Democrata, chegou a duvidar das capacidades da sua vice-presidente em enfrentar Donald Trump, relatam os media norte-americanos. Aliás, Kamala Harris enfrenta problemas de popularidade, mesmo com a visibilidade do cargo que ocupa. Porém, o jogo mudou, e Biden tenta agora passar o testemunho a Kamala Harris.

A antiga procuradora distrital, subindo no sistema jurídico da Califórnia antes de ser eleita procuradora-geral do estado em 2010, filha de pai jamaicano-americano e mãe indiana tamil, de 59 anos, cresceu em Oakland, na Califórnia. Foi senadora dos EUA em 2016. Uma vez no Senado, Kamala Harris, rapidamente, tornou-se nacionalmente conhecida por usar as suas capacidades de procuradora nas audiências das comissões.

Harris ainda tem de ser formalmente nomeada pelo partido na sua convenção em Chicago, a decorrer de 19 a 22 de Agosto. Se enfrentar algum candidato, as coisas poderão complicar-se não apenas para Kamala Harris mas, também, para o próprio Partido Democrata que corre contrarrelógio.

Na sua declaração na rede social X, ex-Twitter, a actual vice-presidente dos Estados Unidos escreveu: “Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden pela extraordinária liderança como presidente dos Estados Unidos e pelas suas décadas de serviço ao nosso país”.

O milionário Donald Trump, um astuto político e antecessor de Joe Biden na Casa Branca, está em frente de todas as sondagens para a sua reeleição, superado apenas pela ex-primeira-dama Michelle Obama. Pondo de parte a possibilidade de Michelle entrar na corrida, se Kamala passar no crivo da convenção democrata, é possível que inscreva o seu nome na história dos Estados Unidos como a primeira mulher presidente. Tudo está em aberto, embora Trump já tenha vindo a terreiro afirmar que, depois da desistência do actual presidente, que considerou ser “o pior presidente da história”, será fácil derrotar Kamala.

O X da questão será no dia 5 de Novembro.