O Banco Montepio registou um lucro de 68,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano. É o melhor resultado semestral de sempre, escreve em comunicado a instituição financeira detida pela associação mutualista com o mesmo nome.
O valor compara com os 48,3 milhões de euros negativos verificados no período homólogo, que contabilizam o efeito negativo da consolidação do Finibanco Angola. Excluindo esse fator, o resultado de janeiro a junho de 2023 teria sido de 55,8 milhões de euros, e a evolução homóloga teria sido um crescimento de 12,9 milhões de euros (mais 23,1%).
“A evolução favorável é consubstanciada no incremento do produto bancário (+11,1% na comparação homóloga) e na redução das imparidades e provisões (-11,6%)”, lê-se no documento.
O produto bancário cresceu 11,1% face a junho de 2023 para 255,1 milhões de euros, beneficiando da subida de 2,2% da margem financeira.
Face aos valores do final de 2023, a carteira de crédito aumentou 1,2% de 11,7 mil milhões para 11,9 mil milhões de euros. O volume de depósitos ascendeu a 14,2 mil milhões de euros, numa evolução de 6,3% face a dezembro de 2023. Os particulares representam 72% deste total.
A evolução do Banco Montepio no primeiro semestre de 2024, “com particular destaque para o aumento dos depósitos de clientes e para a redução das exposições não produtivas (NPE) em 13,2%, colocando o rácio NPE em 2,8%, foi determinante para a evolução da rendibilidade e para o reforço da liquidez”, explica a instituição liderada por Pedro Leitão.
A margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos e que beneficia do contexto de taxas de juro elevadas – ascendeu a 198,6 milhões de euros, numa subida de 2,2% face ao período homólogo. “Esta evolução beneficiou do aumento dos juros do crédito a clientes, induzido pela evolução favorável do crédito e pelo efeito do ‘repricing’ dos contratos no contexto da subida das taxas de juro, e dos juros com as aplicações efetuadas em títulos, que permitiram compensar a subida dos juros de recursos de clientes e da tomada de fundos no mercado”.
O encaixe com comissões sofreu uma queda de 2,3%, ficando-se em 63,1 milhões de euros, “traduzindo os maiores proveitos com a manutenção e gestão de contas, que não foram, todavia, suficientes para mitigar a redução das comissões de mercado, de serviços de pagamento e do crédito”.
A carteira de depósitos cresceu 10,5% face ao período homólogo, para 14,2 mil milhões de euros. As famílias aumentaram os seus depósitos em 877 milhões de euros, enquanto as empresas acrescentaram 469 milhões.
NOTA:
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