O relatório e contas das empresas públicas, publicado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), dá conta que apenas 24 das 70 empresas que apresentaram resultados têm as contas auditadas e aprovadas sem reservas.
Com as contas aprovadas sem reservas estão a Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (BODIVA), a Unitel, a Recredit, a Empresa Nacional de Administração Pública (ENAPP), a Pescangola, EDIPESCA, Imprensa Nacional, SIMPORTEX, SDZEE, e a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande (SDBD).
Têm ainda as contas em dia as empresas de águas e saneamento do Bié, Huambo, Cabinda, Cuando Cubango, Lundas-Norte e Sul e a Elisal. Já no lado dos transportes e armazéns constam a TAAG, Sécil Marítima, Caminho-de-Ferro de Benguela e as empresas portuárias de Luanda, Lobito, Soyo e Amboim.
O número é superior se olharmos para as empresas com as contas aprovadas com reservas, num total de 38 empresas os auditores mostraram dúvidas as contas apresentadas pelo Banco de Poupança e Crédito, Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), a BIOCOM, a ENSA e a ENDE. Entretanto, sem mencionar as entidades, o relatório aponta para 8 empresas cujas contas não foram aprovadas.
Estado recebe apenas 16% dos dividendos propostos
Em 2023, o Estado encaixou em dividendos apenas AOA 6,5 mil milhões (US$ 7,8 milhões), com o Sector Empresarial Público. Este valor corresponde a 16% dos AOA 40,7 mil milhões (US$ 49 milhões) propostos pelo governo.
No que concerne à capitalização, a TAAG lidera destacadamente a lista das empresas mais capitalizadas em 2023, com um valor de AOA 121,4 mil milhões, equivalente a US$ 146 milhões, enquanto a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade -ENDE- se posicionou na segunda posição, com AOA 29,2 mil milhões (US$ 35 milhões). Já a fatia de distribuição de subsídios recaem para as empresas de comunicação social pública: a Televisão Pública de Angola encaixou AOA 10,7 mil milhões (US$ 84 milhões), a RNA com AOA 8,8 mil milhões (US$ 9,6 milhões) e as Edições Novembro (que inclui o Jornal de Angola) recebeu 6,4 mil milhões (US$ 7,7 milhões).