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Banco Central da China mantém abrandamento da economia

Bernardo Bunga

27 Novembro, 2024 - 08:38

Bernardo Bunga

27 Novembro, 2024 - 08:38

A China manteve sua taxa de empréstimo de médio prazo, nesta segunda-feira (25), sinalizando o foco de seu banco central em estabilizar o yuan, a moeda chinesa, em meio às pressões cambiais agravadas pela vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana. O Banco Central da China, actuando como autoridade central do sistema financeiro, implementou uma operação substancial por meio do Instrumento de Empréstimo de Médio Prazo (MLF), totalizando 900 biliões de yuans (US$ 125,14 biliões)

A operação MLF realizada pelo Banco Popular da China foi estruturada com um período de vencimento de 12 meses e uma taxa de juros fixa de 2%. Este percentual permanece inalterado em relação à taxa aplicada na operação similar do mês anterior, evidenciando a intenção da autoridade monetária de manter a estabilidade das condições financeiras no curto prazo.

Conforme o comunicado oficial publicado no site do Banco Central chinês, tal decisão representa uma estratégia deliberada de preservação da previsibilidade na política monetária, ao mesmo tempo que busca sustentar a confiança dos agentes económicos e promover a continuidade do suporte ao sistema bancário.

Durante a operação de segunda-feira (25), as taxas de oferta variaram entre 1,90% e 2,30%, com o total de empréstimos MLF agora totalizando 6,239 trilhões de yuans (US$ 861,363 biliões), de acordo com os dados consultados pelo O Telegrama.

O economista-chefe do UBS Investment Bank para a China, Wang Tao, disse à Consumer News and Business Channel (CNBC) que a taxa MLF permanecerá em 2% até ao final deste ano, antes de cair para 1,2% até ao final de 2025 e ainda mais para 1,0% em 2026.

“A taxa MLF fluctua em conformidade com as taxas de juros de mercado. Actualmente, tanto as taxas de política monetária quanto a taxa básica de empréstimos, um índice de referência baseado no mercado, permaneceram estáveis, o que explica a decisão de manter a taxa MLF inalterada neste mês”, afirmou Wang Qing.

No mês corrente, aproximadamente 1,45 trilhão de yuans (US$ 200,188 biliões) em fundos vinculados ao MLF estão programados para vencer, impondo um desafio significativo à gestão da liquidez. Como parte de uma estratégia antecipada de suporte ao mercado, a autoridade monetária executou, em Outubro, operações de recompra reversa definitiva no montante de 500 bilhões de yuans. Essa medida teve o objectivo de antecipar a liberação de um nível substancial de liquidez de médio prazo, reduzindo as pressões no sistema financeiro.

Segundo analistas, apesar dessas operações, a liquidez de longo prazo no mercado continua relativamente abundante, o que sugere que as acções do banco central têm sido eficazes em garantir a estabilidade do sistema financeiro. Essa abundância relativa também indica um ambiente propício para a continuidade do apoio ao crescimento económico e à manutenção de condições de crédito favoráveis, alinhadas com os objetivos macroeconómicos do governo chinês.

Analistas acreditam ainda que o Banco Central continuará promovendo medidas de abrandamento para estimular a demanda por crédito e revitalizar os mercados financeiros. Entre as possíveis estratégias, destaca-se um possível corte de 0,25 ponto percentual (pp) na taxa de reserva obrigatória dos bancos, conforme previsão do economista Hunter Chan, do Standard Chartered.

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