A operação MLF realizada pelo Banco Popular da China foi estruturada com um período de vencimento de 12 meses e uma taxa de juros fixa de 2%. Este percentual permanece inalterado em relação à taxa aplicada na operação similar do mês anterior, evidenciando a intenção da autoridade monetária de manter a estabilidade das condições financeiras no curto prazo.
Conforme o comunicado oficial publicado no site do Banco Central chinês, tal decisão representa uma estratégia deliberada de preservação da previsibilidade na política monetária, ao mesmo tempo que busca sustentar a confiança dos agentes económicos e promover a continuidade do suporte ao sistema bancário.
Durante a operação de segunda-feira (25), as taxas de oferta variaram entre 1,90% e 2,30%, com o total de empréstimos MLF agora totalizando 6,239 trilhões de yuans (US$ 861,363 biliões), de acordo com os dados consultados pelo O Telegrama.
O economista-chefe do UBS Investment Bank para a China, Wang Tao, disse à Consumer News and Business Channel (CNBC) que a taxa MLF permanecerá em 2% até ao final deste ano, antes de cair para 1,2% até ao final de 2025 e ainda mais para 1,0% em 2026.
“A taxa MLF fluctua em conformidade com as taxas de juros de mercado. Actualmente, tanto as taxas de política monetária quanto a taxa básica de empréstimos, um índice de referência baseado no mercado, permaneceram estáveis, o que explica a decisão de manter a taxa MLF inalterada neste mês”, afirmou Wang Qing.
No mês corrente, aproximadamente 1,45 trilhão de yuans (US$ 200,188 biliões) em fundos vinculados ao MLF estão programados para vencer, impondo um desafio significativo à gestão da liquidez. Como parte de uma estratégia antecipada de suporte ao mercado, a autoridade monetária executou, em Outubro, operações de recompra reversa definitiva no montante de 500 bilhões de yuans. Essa medida teve o objectivo de antecipar a liberação de um nível substancial de liquidez de médio prazo, reduzindo as pressões no sistema financeiro.
Segundo analistas, apesar dessas operações, a liquidez de longo prazo no mercado continua relativamente abundante, o que sugere que as acções do banco central têm sido eficazes em garantir a estabilidade do sistema financeiro. Essa abundância relativa também indica um ambiente propício para a continuidade do apoio ao crescimento económico e à manutenção de condições de crédito favoráveis, alinhadas com os objetivos macroeconómicos do governo chinês.
Analistas acreditam ainda que o Banco Central continuará promovendo medidas de abrandamento para estimular a demanda por crédito e revitalizar os mercados financeiros. Entre as possíveis estratégias, destaca-se um possível corte de 0,25 ponto percentual (pp) na taxa de reserva obrigatória dos bancos, conforme previsão do economista Hunter Chan, do Standard Chartered.