Com o objectivo de renovar a cooperação multilateral em sectores estratégicos, um total de 12 projectos industriais, avaliados em mais de 30 bilhões de yuans (US$ 4,18 mil milhões), foram formalmente assinados, no último sábado (28), durante um evento de matchmaking realizado na capital chinesa, Beijing. A informação foi avançada pelo jornal estatal China Daily, que destacou o encontro como um marco no aprofundamento das parcerias entre os países-membros do grupo BRICS.
Segundo o jornal China Daily, os acordos selados espelham a diversificação dos interesses e a maturidade das relações comerciais intra-BRICS, indo além do tradicional comércio de matérias-primas para abranger investimentos estruturantes e iniciativas de desenvolvimento industrial de largo espectro.
O evento, organizado pelo Centro de Inovação do BRICS, com sede em Xiamen, Província de Fujian, sudeste da China, reuniu cerca de 200 representantes dos membros do BRICS e dos países parceiros, e concentrou-se na construção de uma plataforma de cooperação inovadora que integra matchmaking de projectos, intercâmbio tecnológico e colaboração industrial.
Durante o evento, Cui Yonghui, secretário do Comité Municipal do Partido Comunista na cidade de Xiamen, destacou as estratégias de um conjunto de projectos industriais considerados de alta qualidade e relevância. Segundo o dirigente, as iniciativas seleccionadas estão centradas em sectores considerados prioritários para a nova fase de desenvolvimento económico e tecnológico, incluindo manufactura digital, economia verde e de baixo carbono, bem como saúde, pesquisa científica e inovação.
A selecção desses projectos, conforme sublinhado por Cui Yonghui, não apenas representa os actuais eixos estruturantes da transformação industrial global, como também se alinha aos objectivos nacionais de modernização da matriz produtiva e promoção de um crescimento sustentável. “Esses projectos possuem um enorme potencial de mercado e oferecem um amplo espaço para a cooperação pragmática entre as partes interessadas”, afirmou Cui.
O representante oficial salientou que o BRICS “serve como uma plataforma conveniente para a colaboração entre empresas e o compartilhamento de informações”, destacando a sua relevância para os esforços de integração económica e inovação tecnológica entre as nações emergentes.
A expectativa é que, através deste mecanismo, se ampliem significativamente a densidade e a qualidade das interacções económicas Sul-Sul, com ganhos evidentes para o crescimento sustentável e para a resiliência das economias em desenvolvimento.
Victor Queiroz, gerente-geral do Escritório Ásia-Pacífico da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), disse que a ApexBrasil espera facilitar a exportação de produtos brasileiros, especialmente produtos agrícolas, para a China e atrair mais investimentos chineses para o Brasil, além de promover ainda mais a cooperação bilateral em áreas como novas energias, economia digital e agricultura verde.
