“Tendo em conta o recente aumento do rendimento das famílias e a estabilização das taxas de juro, projeta-se que o crescimento económico evolua para um modelo mais orientado para o mercado interno ao longo do horizonte das previsões”, lê-se num relatório da Comissão Europeia (CE), datado do mês passado.
Embora os números não pintem um retrato muito otimista da economia portuguesa, o documento explica que o país deverá recuperar no próximo ano. Isto deve-se, em grande parte, ao tão badalado Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como à “recente melhoria do sentimento económico”.
Apesar de o número de importações superar o das exportações, a balança corrente mantém-se positiva, embora por um fio. Motivada por uma série de condicionantes, como o consumo privado e o investimento, a procura por bens e serviços importados cresce.
Por outro lado, Portugal continua a enfrentar dificuldades nas exportações. Segundo a equipa de analistas da CEIC, “as exportações totais de Portugal atingiram 7,4 mil milhões de dólares em março de 2024, um decréscimo de 15,5% em termos homólogos”. Este declínio deve-se a um conjunto de fatores, incluindo um desafio crescente na competitividade internacional, limitações na diversificação e valor agregado, barreiras comerciais, entre outros.
Posto isto, Portugal continua a apostar todas as suas fichas no turismo, considerado “um importante fator de crescimento”. Contudo, apesar de o país atrair muito capital estrangeiro, prevê-se que este fenómeno abrande comparativamente aos últimos dois anos. Em suma, e conforme o documento da CE, “o saldo da balança corrente de Portugal deverá diminuir, mas manter-se em território positivo em 2024 e 2025”.