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Exportações chinesas para os EUA caem 33% em Agosto

Bernardo Bunga

10 Setembro, 2025 - 14:36

Bernardo Bunga

10 Setembro, 2025 - 14:36

As tensões comerciais entre Pequim e Washington continuam a provocar reconfigurações profundas no fluxo do comércio internacional. Dados da Administração Alfandegária da China indicam que as exportações do país asiático para os Estados Unidos registaram, em Agosto, uma queda acentuada de 33% em termos homólogos, representando uma das maiores retracções dos últimos anos

‎O declínio das exportações chinesas para os Estado Unidos reforça a tendência já observada em Maio, quando as vendas externas de Pequim para o mercado norte-americano recuaram 34%, indicando, de forma clara, os impactos cumulativos das tarifas impostas pela administração de Donald Trump.

‎Esse abalo estrutural no comércio bilateral, que durante décadas foi um dos pilares da globalização, mostra certa fragilidade da relação comercial sino-americana. Enquanto os EUA perdem espaço como destino, Pequim tem intensificado a sua presença em outros mercados, especialmente na União Europeia e entre os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), bloco que inclui economias emergentes como Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietname.

‎Os números não mentem, as exportações chinesas para esses parceiros registaram um crescimento anual de 4,4%, compensando parcialmente as perdas com os Estados Unidos.

‎Embora o comércio de exportação da China para a maior economia do mundo tenha historicamente oscilado ao ritmo das variações sazonais, o actual cenário revela um padrão de desordem substancial induzido pela consequência directa das sucessivas medidas proteccionistas implementadas em Washington.

‎Apesar de uma recuperação tímida em Junho favorecida pela suspensão temporária da aplicação de sobretaxas superiores a 30%, os meses de Julho e Agosto voltaram a consolidar a tendência de declínio. Esta instabilidade comercial entre as duas maiores economias do mundo fortifica o diagnóstico de que a relação sino-americana entrou numa fase de incerteza.

‎De acordo com os dados da Administração Alfandegária da China, apesar da prolongada disputa comercial e dos sucessivos embates tarifários com Washington, os Estados Unidos continuam a representar o maior destino das exportações chinesas.

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