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Foto policial, TV e perdão difícil. Porque é que caso na Geórgia é diferente para Trump?

19-08-2023 7:02

Susana Salvador

Jornalista Diário de Notícias

19-08-2023 7:02

Susana Salvador

Jornalista Diário de Notícias

Ex-presidente cancelou a divulgação do relatório sobre a alegada fraude eleitoral neste estado. Noutro dos casos em que é arguido, em Washington, defesa quer adiar o julgamento para abril de 2026

A diferenças entre a acusação contra Donald Trump de conspiração para reverter os resultados das eleições de 2020 na Geórgia e as outras três de que o ex-presidente dos EUA é alvo começam logo no momento em que tem que se apresentar às autoridades – desta vez parece que haverá foto policial -, prolongam-se por todo o processo que pode ser transmitido pela televisão e vão até à eventual condenação e a um perdão mais difícil de alcançar. Por enquanto, os advogados do favorito à nomeação republicana para a Casa Branca tentam conter Trump, conseguindo que este cancelasse uma conferência de imprensa para revelar um relatório sobre todas as alegadas fraudes que diz que houve na eleição neste estado.

Em vez de divulgar o relatório sobre a eleição presidencial fraudulenta e roubada da Geórgia em 2020 na segunda-feira, os meus advogados preferem colocar estas, acredito, provas irrefutáveis e esmagadoras de fraude eleitoral e irregularidades em registos legais formais enquanto lutamos para rejeitar esta acusação vergonhosa”, escreveu na sua rede social.

Trump foi acusado na segunda-feira pela procuradora de Fulton, Fani Willis, de 13 crimes, incluindo violação da lei de extorsão estadual – normalmente usada contra o crime organizado. Há outros 18 arguidos neste que é o quatro caso contra ele: responde também pela compra do silêncio de uma ex-estrela porno em Nova Iorque; pelos documentos secretos encontrados em Mar-a-Lago na Florida; e por tentar interferir com a confirmação da vitória de Joe Biden a 6 de janeiro de 2021 em Washington.

No caso da Geórgia, Trump tem até dia 25 de agosto para se entregar voluntariamente na prisão do condado (e não num tribunal ou no gabinete do procurador como nos outros casos). O xerife local Pat Labat veio dizer que, até receber ordens em contrário, o ex-presidente será tratado como qualquer outro arguido. Isso significa que lhe serão tiradas as impressões digitais e a sua fotografia entrará pela primeira vez nos registos policiais – nos três casos anteriores, isso não aconteceu. Contudo, segundo a CNN, a defesa estará a negociar a hipótese de Trump se entregar no gabinete do procurador distrital, por questões de segurança.

A leitura formal das acusações (que na Geórgia é um procedimento diferente da identificação) e a declaração de culpado ou não culpado poderá ser feita na semana de 5 de setembro à distância. Caso seja feita de forma presencial, será a primeira vez que as câmaras de televisão podem captar esse momento. Nos tribunais federais as câmaras não são permitidas e no tribunal de Nova Iorque só houve direito a fotografias. Os norte-americanos vão poder seguir todo o julgamento em direto, ouvindo em primeira mão os argumentos quer da acusação, quer da defesa.

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