CPLP +

Lagarde alerta para crise de interdependência económica

Bernardo Bunga

11 Junho, 2025 - 18:42

Bernardo Bunga

11 Junho, 2025 - 18:42

Em meio à crescente articulações no cenário económico global, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, desembarcou na capital chinesa, Pequim, para uma série de reuniões estratégicas com representantes do Banco Popular da China, o banco central do país asiático, conforme comunicado divulgado nesta terça-feira (10)

Em uma declaração carregada de implicações geopolíticas, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, lançou, nesta terça-feira (10), um apelo crucial por moderação nas estratégias comerciais adoptadas pelas principais potências mundiais.

Durante a sua participação em um fórum internacional na capital do maior parceiro económico de Angola, Lagarde afirmou que “as políticas comerciais coercitivas não resolvem os desequilíbrios” sistêmicos da economia global, advertindo para os riscos de uma “escalada de tensões mutuamente prejudicial” entre os blocos económicos.

A presidente do BCE alertou para o aumento das fricções entre regiões com interesses geopolíticos crescentemente desalinhados. Em um momento em que os riscos de fragmentação económica se acumulam, destacando a ironia, e o perigo de que essas mesmas regiões “estão mais integradas economicamente do que nunca”.

O discurso da presidente do BCE ocorre em meio a última actualização feita neste terça-feira, 10 de Junho, onde a União Europeia (UE) incluiu Angola na sua “lista cinzenta” (grey list, em inglês) de jurisdições de alto risco em matéria de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

A líder do BCE ressaltou que o mundo está preso em uma complexa teia de interdependências, construída ao longo de décadas de globalização, mas agora ameaçada por um fortalecimento das rivalidades estratégicas.

“As tensões geopolíticas estão crescendo justamente entre os blocos mais economicamente conectados”, afirmou. “Isso cria um paradoxo perigoso, quanto maior a interligação, maior também o potencial de disrupção caso essas relações se deteriorem.”

“Estamos diante de um ponto de inflexão. Ou escolhemos o caminho do diálogo, da reforma institucional e do comércio baseado em regras, ou arriscamos uma era de fragmentação ineficiente e instabilidade recorrente”, declarou a primeira mulher a tornar-se presidente do BCE.

“A economia global não pode prosperar quando decisões são tomadas com base em ameaças, retaliações ou imposições unilaterais”, afirmou a responsável por supervisionar a política monetária da Zona do Euro.

Partilhar nas Redes Sociais

error: Content is protected !!

Leia o principal veículo de informação financeira de Angola

CONTEÚDO PREMIUM DESDE

AOA 1.999/Mês