“A função do Governo não é resolver greves, é contribuir para a melhoria do sistema educativo, para ter uma carreia de professores tratada com justiça. Definimos que tínhamos dois objetivos: mudar o modelo de recrutamento, garantir justiça nas colocações, e eliminar a precariedade”, afirmou António Costa, esta quarta-feira, aos jornalistas.
O primeiro-ministro alega que, desde que o descongelamento das carreiras se iniciou, em 2018, “pelo menos 90% dos professores já evoluíram dois escalões” e apela à “boa-fé” de toda a gente “para avançar e concretizar dois grandes objetivos que nós temos e que estão inscritos no Plano do Governo, e que temos de cumprir: acabar com o regime da casa às costas e da precariedade”.
A expressão tinha sido também utilizada pelo presidente da República, que defendeu, quarta-feira, que as conversas em curso têm ser de “boa-fé, de parte a parte”.
António Costa diz ainda que as conversas entre o Governo e os sindicatos que representam os professores começaram “por iniciativo do Governo”, para debater precisamente estas alterações ao regime de contratação e colocação nas escolas.
Com críticas ao “clima de tensão” que se instalou entre as duas forças, o primeiro-ministro disse ainda que existem dúvidas em relação aos protestos das últimas semanas, e que foi pedido ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República que se pronunciasse sobre a legalidade dos mesmos.