Para tristeza daqueles que ansiavam uma nova geringonça ou o fortalecimento da esquerda, o ponteiro virou no sentido oposto, marcando o fim de um ciclo político e o despertar de uma nova alvorada.
Longe da maioria absoluta, a Aliança Democrática levou o troféu de partido mais votado (29,50%) destronando assim o Partido Socialista, que já disse que não vai suportar um Governo da direita.
Este volte face abre caminho a um governo minoritário tumultuoso ou a uma solução que terá, invariavelmente, de contar com o Chega para formar governo. Face a uma derrota avassaladora, o Partido Socialista procurou colar o mote da instabilidade ao seu adversário.
Quanto aos restantes partidos, tudo indica que terão um papel crucial na reconfiguração do xadrez político, obrigando os dois maiores — e em particular o vencedor — a reavaliar as suas estratégias e alianças para evitar mergulhar Portugal numa nova crise política.
A um mês de celebrar o 25 de Abril, marco da liberdade e da democracia, e a pouco menos de dois meses de assinalar o golpe de Estado que deu início ao período do Estado Novo, Portugal encontra-se refém do compromisso- uma das palavras-chave destas eleições — da AD em não integrar a direita radical num eventual governo.
Nesta autêntica luta de galos, a questão que se coloca é se os dois partidos dominantes estão dispostos a abdicar…
Leia o artigo na íntegra na edição 05 da revista O Telegrama, de sexta-feira, 22 de Março de 2024, em papel.