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Protestos contra novos impostos deixam Nairóbi em chamas

O Telegrama

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25 Junho, 2024 - 18:58

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AfricaNews

25 Junho, 2024 - 18:58

Manifestantes exigiam que os legisladores votassem contra o polémico projecto de lei que impõe novos impostos a um país onde as frustrações com o alto custo de vida fervilham há anos

Um protesto desencadeado nesta terça-feira, 25, no país de William Ruto, contra o alargamento da base tributária deixou a capital Nairóbi em chamas. Há incêndios em diversas localidades, e os rolos de fumaça são vistos a longa distância. Parte do prédio do Parlamento do Quénia foi incendiada, quando milhares de manifestantes invadiram o hemiciclo provocando uma debandada dos legisladores.

A polícia local abriu fogo e há corpos estendidos ao chão, sendo que já foram confirmados mais de dois óbitos.

Os manifestantes exigiam que os legisladores votassem contra o polémico projecto de lei que impõe novos impostos a um país onde as frustrações com o alto custo de vida fervilham há anos.

Os jovens enfurecidos ultrapassaram uma barreira da polícia para entrar no Parlamento logo depois que os legisladores votaram para aprovar o projecto. Os parlamentares fugiram por um túnel, mas os manifestantes permitiram que parlamentares da oposição que votaram contra o projecto saíssem do prédio sitiado.

O gabinete do governador da capital Nairobi, membro do partido no poder, também estava em chamas. E há razões para que se aventa a possibilidade de novos ataques, dado que os manifestantes entoam canções como: “Estamos vindo para todos os políticos”.

A polícia que fez uso de balas reais, está a ser acusada de ter inclusive disparado bombas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que buscavam tratamento em uma tenda médica montada em uma igreja perto do complexo do Parlamento.

A Comissão de Direitos Humanos do Quénia compartilhou um vídeo de policiais atirando contra manifestantes e disse que eles seriam responsabilizados.

A presidente da Sociedade de Direito do Quénia, Faith Odhiambo, disse que 50 quenianos, incluindo seu assistente pessoal, foram “sequestrados” por pessoas que se acredita serem da polícia.

Entre os desaparecidos estão aqueles que participaram das manifestações e foram retirados de suas casas, locais de trabalho e espaços públicos antes dos protestos desta terça-feira, de acordo com grupos da sociedade civil.

De referir que no momento em que decorriam os tumultos, o presidente William Ruto estava fora da capital participando de um retiro da União Africana.

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