A Interpol, Organização Internacional de Polícia Criminal, emitiu um “alerta vermelho” contra a empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, confirmou a força policial internacional à Reuters.
O mandado de captura internacional, como tinha sido noticiado pel’O Telegrama a 18 de Novembro, foi solicitado pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria-Geral da República, e aguardava o aval do órgão de polícia criminal internacional.
A notícia avançada pela Reuters, não específica quando a Interpol terá atendido o pedido das autoridades angolanas e notificado os cerca de 200 países membros da organização.
A 23 de Novembro, uma fonte segura d’O Telegrama, avançara que a organização internacional ainda não havia atendido ao pedido das autoridades angolanas para incluir a primogénita do ex-Presidente de Angola, na lista internacional de procurados, por recear que tais investigações sejam uma forma de “perseguição política” contra a família do antigo Presidente.
Agora, com a emissão do “red notice” por parte da Secretária-Geral da força policial internacional, as forças de segurança dos 197 países membros do organismo estão notificadas para localizarem e deterem provisoriamente Isabel dos Santos para posterior extradição. Após a Interpol enviar este alerta para todos os Estados membros, caberá a cada país decidir, de acordo com a legislação nacional, se irá deter ou não a pessoa em causa e entregá-la.
“Querem me impedir de um dia fazer diferença em Angola”
A confirmação da Interpol surge um dia depois da empresária angolana, que também detém a nacionalidade russa, ter concedido uma grande entrevista à TVI e à CNN Portugal. Nesta entrevista, Isabel dos Santos voltou a falar em perseguição política, mas, desta vez, introduziu um novo dado. “Ocorre uma perseguição política exactamente para me impedir de um dia poder fazer a diferença em Angola”. E acusou directamente o Presidente João Lourenço de instrumentalizar os tribunais e manipular a Procuradoria-Geral da República.
“É fácil de entender que o Procurador-Geral da República recebe ordens directamente do Presidente”, afirmou