Há 5.465.291 pessoas desempregadas em Angola, mais 543 851 mil do que no IV trimestre de 2022. Esses dados constam dos Indicadores de Emprego e Desemprego divulgados na tarde de ontem, quarta-feira (21), pelo Instituto Nacional de Estatísticas.
De acordo com os indicadores do emprego, a população desempregada aumentou 11,1%, em relação ao trimestre homólogo de 2022. De acordo com o INE, no global, a de desemprego passou a corresponder 31,9% da população activa em Angola.
“Dado o baixo crescimento da economia no período em referência, não é uma novidade”, diz o economista Wilson Chimoco, num primeiro comentário solicitado pelo O Telegrama.
O País está com uma taxa de desemprego, entre os 28 e 35%, há mais de cinco anos, apesar da economia já ter recuperado das perdas impostas pela Covid-19.
Para Wilson Chimoco, isso significa “que a actual estrutura económica já não é compatível com a actual oferta no mercado de trabalho”.
Se nada for feito, diz o também investigador do Centro de Estudos e Investigação Cientifica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, o pais vai “continuar a ver o número de pessoas formadas sem emprego e as empresas a terem de recorrer aos expatriados para fazerem o trabalho que deve ser feito por nacionais”.
O economista Joel Lopes Leite nota que o diferencial dos indicadores de emprego e desemprego “poderá ameaçar o consumo das famílias, arrecadação das receitas, aumento da desigualdade e desaceleração no crescimento do ano corrente devido à desigualdade no crescimento do nível de emprego e desemprego, factor que também poderá ameaça ainda mais o poder de compra das famílias”.
E a maioria das pessoas empregadas encontra-se no sector informal, fixado em 80,5%, segundo a amostra do IEA, acrónimo de Inquérito ao Emprego em Angola.
Os dados do INE foram publicados na tarde de ontem, quarta-feira (21), um ano depois de ter publicado o último relatório sobre a empregabilidade no País.
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