O Brent atingiu o valor mais elevado desde 3 de Abril do presente ano, data em que a referência internacional era negociada a US$ 70,14 por barril, marcando uma valorização em meio a crescentes tensões geopolíticas, impactando directamente os mercados de energia, sobretudo as cotações internacionais a qualquer sinal de perturbação nas cadeias de fornecimento do Médio Oriente, região que concentra uma parte expressiva da produção e exportação mundial de crude.
Esta valorização do preço do Brent coloca o executivo angolano em bons “lençóis”, na medida em que o novo patamar de US$ 74,66 por barril verificado até ao meio-dia de hoje se posiciona dentro do intervalo projectado no Orçamento Geral do Estado (OGE) para o exercício fiscal de 2025, que fixou o preço de referência do crude em US$ 70.
Este cenário de apreciação do “ouro negro”, surge num contexto em que a produção petrolífera nacional registou no mês passado uma performance aquém das metas estipuladas, com um total de 31.480.001 barris extraídos, o que equivale a uma média diária de 1.015.484 barris por dia (BOPD), abaixo da previsão oficial de 1.165.853 BOPD, testemunhando um declínio de 13% na produção face a meta estabelecida para o período.
O fraco desempenho, seguiu-se também em relação a exportação de petróleo, com os dados a revelarem que no primeiro trimestre deste ano, o país exportou um total de 85,1 milhões de barris de petróleo bruto, representando uma contracção de 13,5% em relação ao quarto trimestre de 2024, e uma queda homóloga de 9,8% no mesmo ano, apontando para uma trajectória descendente nas exportações do principal produto de base da economia nacional.
Ainda no primeiro trimestre do corrente ano, o país arrecadou US$ 6,4 mil milhões com a venda de petróleo, traduzindo-se em uma diminuição de 18% em relação ao período homólogo de 2024, e um declínio de 12,65%, comparativamente ao quarto trimestre do ano passado.