A anteceder esta reunião, o comunicado da 125.ª sessão, realizada em Setembro, já tinha marcado um ponto de viragem na estratégia do BNA, ao reduzir, pela primeira vez em vários meses, a Taxa BNA para 19%, a Taxa Básica de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez para 20,5% e a Taxa Básica de Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez para 17,5%.
O Banco Central justificou que estas decisões reflectem a trajectória de redução da inflação, em linha com o objectivo de inflação para o ano em curso, não obstante o cenário de incertezas que ainda se observa no plano internacional e as suas implicações nas contas externas do País.
Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que a inflação homóloga voltou a cair em Outubro de 2025, fixando-se em 17,43%, o valor mais baixo desde Novembro de 2023. Em Agosto, o ritmo já havia recuado para 19,09%, sustentado sobretudo pela descida dos preços dos alimentos, em grande medida influenciada pela maior oferta observada na província de Luanda.
No plano internacional, os preços de matérias-primas exibem relativa estabilidade, com o petróleo a ser comercializado na casa dos US$ 60 por barril. A queda da inflação global e o arrefecimento de tensões geopolíticas, sobretudo entre EUA e a China, também têm criado um ambiente mais previsível, abrindo espaço para que bancos centrais ajustem políticas monetárias antes altamente restritivas.
Apesar da queda da inflação homóloga a nível nacional, a evolução monetária continua a exigir atenção. Na última reunião do CPM, em Agosto, a base monetária em moeda nacional havia crescido 0,73% no mês e 1,52% em termos homólogos. A massa monetária M2 aumentou no mesmo período 1,11% no mês e 12% em termos anuais.
O stock de reservas internacionais de acordo com aos dados disponibilizados pelo BNA valem US$ 15,19 mil milhões, um aumento de 0,58% quando comparado com os US$ 15,10 mil milhões reportados na última reunião do CPM, em Agosto deste ano, correspondente a cerca de 7,93 meses de importações, nível considerado confortável, mas abaixo dos US$ 15,9 mil milhões registados em meados do ano.
Expectativas para nas conclusões da reunião
Dada a evolução dos indicadores, um dos cenários mais comentados por especialistas é de uma manutenção das projecções para o fecho de 2025, sobretudo quanto à inflação, que parece estar bem posicionada dentro do objectivo anual estabelecido pela instituição responsável pela política monetária do país.