Os dados preliminares sobre as estatísticas externas, recentemente divulgados pelo Banco Nacional de Angola (BNA) e consultados pelo O Telegrama, indicam que a dívida externa angolana encolheu 6%, para 48.292 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período em 2023.
A maior parte desta dívida contraída pelo Estado angolano é de natureza comercial, ou seja, dívida contraída junto dos bancos (obrigações e bonds) e empresas fornecedoras. A dívida está ainda repartida por outros credores, de acordo com os dados do BNA, incluindo credores multilaterais (instituições internacionais como o FMI e o Banco Mundial), bilaterais (Estado a Estado), fornecedores e subscritores dos Eurobonds.
Os maiores credores
De acordo com os cálculos do O Telegrama, baseados no relatório do banco central, a dívida comercial representa 72% do total. No período analisado, a dívida comercial a ser paga é de 30,7 mil milhões de dólares, sendo que 87% corresponde à dívida contraída junto dos bancos, totalizando mais de 31 mil milhões de dólares.
A dívida bilateral, de Estado para Estado, caiu 18%, situando-se em menos de 4 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Por sua vez, a dívida externa multilateral aumentou para 9,2 mil milhões de dólares, contra 8,8 mil milhões de dólares no período homólogo, sob a gestão de Vera Daves de Sousa.
A China, de Xi Jinping, que financia Angola desde 2004, continua a ser o maior credor e os outros grandes credores continuam a ser Organizações Internacionais ( 5,2 mil milhões de dólares), a Grã Bretanha (13,6 mil milhões de dólares) e o EUA, com pouco mais de 4 mil milhões de dólares.