Estudiosos em matéria de segurança ocupacional apelaram, ontem, às empresas, públicas e privadas, a conceberem programas de avaliações de riscos através de exames ocupacionais com a realização de exames médicos regulares aos trabalhadores, visando prevenir riscos de acidentes de trabalho. Para diferentes especialistas, em muitos casos, os acidentes ocorrem por conta de uma situação de saúde débil.
A preocupação destes estudiosos em relação aos níveis de acidentes laborais e a consequente apresentação de propostas para a sua mitigação foi manifestada durante o Fórum Internacional de Segurança e Saúde Ocupacional, realizado pelo centro Intelegere Business School, em Talatona, Luanda.
Com a realização deste evento, o Intelegere Business School teve entre outros objectivos a promoção da consciencialização das “normas e procedimentos legais, para o alcance do bem-estar e qualidade de vida dos trabalhadores em ambiente laboral”, bem como a criação de um “espaço privilegiado de partilha de conhecimentos”, visando melhorias.
No evento, que reuniu importantes especialistas nacionais e estrangeiros do sector da segurança laboral e saúde ocupacional, foram debatidos temas como: Gestão de Risco Psicossociais e Stresse no Trabalho; Condições de Trabalho Seguras e Saudáveis no Quadro dos Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho; Os Riscos Associados à Actividade Laboral; Identificação e Avaliação de Doenças e Acidentes Relacionados com o Trabalho, entre outros.
Ao tomar a palavra, o especialista em higiene de segurança empresarial, Telmo dos Santos, considerou que as “fatalidades, lesões, incapacidades e acidentes no trabalho” acontecem todos os dias, pelo que apelou a melhores cuidados.
Na mesma lógica de abordagem, o médico do trabalho, Rui Capo, para quem a “questão da segurança” passou a ser um valor nos dias de hoje, referiu que “todas as empresas têm riscos”, desde “acidentes, incidentes e doenças”, tendo sublinhado que, apesar dessa realidade, ser “possível CV os riscos com medidas empresariais” adequadas.
De referir que, de 2019 a 2022, de acordo com os dados do Ministério de Administração Pública Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), o País registou perto de 6 mil acidentes de trabalho que resultaram em mais de 90 mortos, tendo os sectores da prestação de serviços, construção civil e indústria apontados como os campeões em matéria de acidentes laborais.
