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Inflação brasileira situa-se dentro da meta, para 4,45%, em 2025 ‎

Bernardo Bunga

26 Novembro, 2025 - 15:19

Bernardo Bunga

26 Novembro, 2025 - 15:19

O ambiente macroeconómico brasileiro iniciou a semana sob um sinal de moderação inflacionista, indicando uma percepção mais favorável do mercado financeiro quanto à trajectória dos preços em 2025. Segundo a recente edição do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central, as instituições consultadas revisaram, pela segunda vez consecutiva, a projecção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), agora estimado em 4,45% para o próximo ano

‎As projecções para a inflação brasileira voltaram a recuar, reforçando a leitura de que o processo de desaceleração de preços tende a consolidar-se nos próximos anos, mesmo sob um ambiente de desafios fiscais e pressões globais persistentes. A meta oficial do Banco Central de 3% ao ano, admitindo uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou para baixo permanece como âncora do regime monetário, enquanto os agentes financeiros ajustam progressivamente suas expectativas.

‎Na estimativa mais recente, destinada ao ano eleitoral de 2026, os analistas projectam, agora, inflação de 4,18%, ligeiramente abaixo dos 4,20% indicados anteriormente. Para 2025, o movimento de reavaliação foi ainda mais expressivo. A projecção de quatro semanas atrás apontava para 4,56%, enquanto o relatório actual indica 4,45%, apontando maior convicção quanto à manutenção de uma postura monetária restritiva suficiente para conter pressões inflacionistas.

‎Segundo estimativas dos analistas, a taxa básica de juros, a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira), deve encerrar 2025 em 15% ao ano, nível que se mantém inalterado. Para 2026, contudo, as expectativas começam a reflectir um horizonte menos hostil. A previsão anterior, que indicava 12,25% ao ano, foi ajustada para 12%, movimento que antevê uma possível flexibilização monetária mais adiante, caso a convergência inflacionista avance em ritmo consistente e a trajectória fiscal encontre maior credibilidade perante investidores.

‎No campo da actividade económica, o cenário segue estável, sem revisões que indiquem aceleração ou deterioração significativa. A projecção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país sul-americano permanece em 2,16% para 2025, enquanto o ritmo esperado para 2026 segue em 1,78%.

‎Em relação à dinâmica cambial, o dólar deve terminar 2025 cotado a R$ 5,40. Para 2026, a moeda norte-americana tende a apresentar leve avanço, para R$ 5,50.

‎Na esfera do mercado externo, a balança comercial deverá alcançar US$ 62,1 biliões em 2025, avançando para US$ 66 biliões em 2026. Embora o sector externo siga robusto, os sinais mais cautelosos vêm do fluxo de capitais internacionais. A entrada de investimento estrangeiro directo (IED) deve registar US$ 72,35 biliões em 2025, recuando para US$ 70 biliões em 2026.

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