A inflação em Angola registou nova desaceleração, fixando-se em 17,43% em Outubro, o valor mais baixo nos últimos 23 meses, a partir de Novembro de 2023.
Os dados constam da Nota de Imprensa n.º 10 do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e confirmam que o Banco Nacional de Angola (BNA) alcançou a meta anual de inflação de 17,5%.
A trajectória descendente da inflação reforça a credibilidade da política monetária do Banco Central e o impacto das medidas de controlo implementadas desde 2024.
A combinação de estabilidade cambial, gestão prudente da liquidez e melhoria do abastecimento interno de bens essenciais têm sustentado uma redução consistente das pressões inflacionistas ao longo de 2025.
De acordo com os dados do INE, a inflação homóloga reduziu 0,73 pontos percentuais face a Setembro e 11,74 pontos em relação ao mesmo mês de 2024, confirmando a tendência de moderação dos preços observada desde o primeiro trimestre do ano.
Alimentação continua a ser o principal motor dos preços
Apesar da desaceleração geral, a alimentação e bebidas não alcoólicas continuam a ser a principal força da inflação, contribuindo com 10,72 pontos percentuais, o que representa 61,5% do total da variação do IPCN.
Outras classes de despesa com impacto relevante incluem bens e serviços diversos (1,34 p.p.); Transportes (1,03 p.p.), e saúde (0,88 p.p.).
Estas categorias reflectem o aumento dos custos de transporte e serviços, bem como a persistência de preços elevados em produtos de consumo diário.
Sectores de Saúde e Transportes lideram aumentos
A Saúde foi a classe que registou a maior variação homóloga (20,86%), seguida de Transportes (20,39%), Bens e serviços diversos (19,06%) e Bebidas alcoólicas e tabaco (17,93%).
Já a Comunicação (3,98%) manteve-se como a categoria mais estável, influenciada pela moderação dos preços nos serviços de telecomunicações.
Diferenças regionais
No plano provincial, Cabinda registou a maior variação de preços (29,64%), acompanhada de Cuanza Norte (22,45%) e Namibe (21,99%).
Em contraste, Luanda (15,63%), Huambo (16,71%) e Cunene (17,05%) apresentaram os níveis mais baixos, reflectindo uma maior estabilidade nos principais centros económicos e agrícolas.
Economistas apontam que a manutenção desta tendência dependerá de uma gestão orçamental disciplinada, o reforço da produção nacional e o melhoramento das cadeias logísticas e de distribuição,
de modo a reduzir a dependência de importações e minimizar a vulnerabilidade a choques externos.
A convergência entre a meta do BNA e os dados do INE demonstra a maturidade da política económica e a eficácia do controlo monetário.
O País encerra Outubro com inflação controlada, política monetária credível e perspectiva de estabilidade sustentada.
Atingir a meta estabelecida pelo BNA representa não apenas um marco técnico, mas também um sinal de confiança para o mercado e os investidores, num ano marcado por desafios macroeconómicos globais.