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Inflação ‘imparável’ provoca aumento da circulação da moeda em 2%

Adnardo Barros

03-06-2024 2:56

Adnardo Barros

03-06-2024 2:56

As notas e moedas em circulação apresentaram uma tendência de crescimento desde o início do ano e fixaram-se em 789 mil milhões de kwanzas (926 milhões de dólares) em Abril. A média das notas e moedas em circulação foi de 779 mil milhões de kwanzas (914 milhões de dólares)

Dados estatísticos do Banco Nacional de Angola (BNA) indicam que o total em kwanzas das notas e moedas em circulação na economia angolana cresceu 2% nos primeiros quatro meses de 2024.

No geral, de Janeiro a Abril, o montante de notas e moedas em circulação fixou-se em pouco mais de 3,1 biliões de kwanzas (3,6 mil milhões de dólares). Repartindo os meses, Abril foi o período em que mais dinheiro circulou no mercado. Por exemplo, em Janeiro, o mercado registou a circulação de 773 mil milhões de kwanzas (907 milhões de dólares). No mês seguinte, registou-se uma redução apertada de 0,08%, tendo, em Março, registado um aumento para 782 mil milhões de kwanzas (918 milhões de dólares), uma tendência crescente que prevaleceu em Abril, altura em que a massa monetária em circulação se fixou em 789 mil milhões de kwanzas (926 milhões de dólares).

Os dados, entretanto, não agradam aos especialistas ouvidos pelo O Telegrama. O economista Daniel Sapateiro aponta a inflação e a escassez de produtos como algumas das razões que concorrem para o alto volume de dinheiro em circulação, sublinhando, por outro lado, existir mecanismos para contornar a situação, que passa pela redução por parte do BNA de algum montante financeiro à disposição no mercado.

Como alternativa, o economista sugere uma redução do dinheiro em circulação, durante as duas semanas do meio de cada mês, e um ligeiro aumento na semana de final do mês e na primeira semana do mês a seguir.

A informalidade do País e o crescimento das “necessidades de transacções no sector real” são, na opinião do economista Alberto Vunge, partes das razões do aumento do dinheiro em circulação.

“(…) O facto de termos uma economia com elevada informalidade obriga a que as famílias disponham de liquidez na forma de notas, por serem os meios de pagamentos mais usuais nestes mercados”, diz o especialista.

O também professor de contabilidade e gestão financeira de instituições financeiras reconhece, contudo, “que as famílias têm necessidade de muitas notas e moedas, face aos altos preços dos produtos”.

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