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Janeiro marca queda na oferta de petróleo bruto

Bernardo Bunga

14 Fevereiro, 2025 - 19:14

Bernardo Bunga

14 Fevereiro, 2025 - 19:14

Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou o seu relatório do mercado de petróleo referente ao mês de Janeiro, destacando que o crescimento da procura global de petróleo está a passar por uma transformação significativa, com projeções que destacam mudanças regionais e sectoriais importantes

De acordo com o relatório, em 2025, espera-se que o aumento médio de petróleo atinja 1,1 milhão de barris por dia (mb/d), um incremento em relação aos 870 mil barris por dia (kb/d) estimados para 2024.

A China continuará a ser a principal fonte de crescimento da procura, embora em um ritmo mais moderado em comparação com as tendências recentes. O impulso chinês será quase inteiramente sustentado pelo seu sector petroquímico, que permanece robusto, mesmo diante de uma desaceleração geral da economia do País.

Em relação à oferta mundial de petróleo, verificou-se uma redução de 950 mil barris por dia (kb/d) em Janeiro, atingindo um patamar de 102,7 milhões de barris por dia (mb/d), impulsionado por uma combinação de factores, incluindo condições climáticas sazonalmente mais frias que impactaram a produção norte-americana, além de uma queda acentuada na produção de petróleo na Nigéria e na Líbia.

No entanto, apesar dessa contracção momentânea, a oferta global permaneceu 1,9 mb/d superior em comparação ao mesmo período do ano anterior, com os ganhos mais significativos sendo registados nas Américas.

“Olhando para o futuro, projecta-se que a oferta global de petróleo aumente em 1,6 mb/d até 2025, alcançando 104,5 mb/d. Esse crescimento será maioritariamente impulsionado por produtores não pertencentes à OPEP+, que devem responder pela maior parte do incremento na produção”, frisou a agência.

A agência destaca ainda que “esse cenário depende da manutenção dos cortes voluntários de produção actualmente implementados pelos países membros da OPEP+. Caso esses cortes sejam mantidos, a dinâmica de oferta global será marcada por uma recuperação gradual, com os produtores externos à OPEP+ assumindo um papel central na expansão da capacidade produtiva mundial”.

Em Dezembro passado, ficou marcado por uma queda nos estoques globais de petróleo de 17,1 milhões de barris (mb), atingindo um total de 7 647 mb, influenciada principalmente por uma significativa diminuição de 63,5 mb nos estoques de petróleo bruto, que foi parcialmente compensada por um aumento de 46,4 mb nos estoques de produtos refinados.

No agregado, a oferta total de petróleo correspondeu à demanda global em 102,9 milhões de barris por dia (mb/d) no ano passado, sugerindo um mercado relativamente equilibrado.

De acordo com a organização intergovernamental, “ainda é muito cedo para dizer como os fluxos comerciais responderão às novas tarifas dos EUA ou à perspectiva delas, e qual pode ser o impacto da escalada das sanções ao Irão e à Rússia no longo prazo. Mas, repetidamente, os mercados de petróleo mostraram notável resiliência e adaptabilidade diante de grandes desafios, e desta vez é improvável que seja diferente”.

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Bernardo Bunga

EDITOR DE ECONOMIA & OIL

Bernardo Bunga é Editor de Economia & Oil no O Telegrama e possui mais de 5 anos de experiência em análise económica e planeamento financeiro. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), detém, também, o bacharel em Gestão Financeira pela Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Fez parte da equipa de consultores que prestou consultoria ao Banco Mundial, ao Ministério do Planeamento e ao Ministério das Finanças para a harmonização de salários e subsídios dos projectos da representação em Angola do Banco Mundial. Actuou como consultor na Global Education e na Knowledge – Consultores & Auditores. Possui formações em planeamento e estratégia de tomada de decisão, teoria das restrições – Lean e Six Sigma (TLS), Excel Avançado e Análise de Dados.
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