Em termos homólogos, Índice de Produção Industrial (IPI) referente ao mês de Julho de 2025 revelou sinais de arrefecimento, fixando-se em apenas 1,15%, o que traduz uma desaceleração de 4,04 pontos percentuais (p.p.) face a Julho de 2024.
Entre os sectores analisados, a indústria extractiva destacou-se como o motor central do crescimento do IPI, ao alcançar uma expansão de 10,16%, assumindo simultaneamente o papel de principal contributo para a variação global do índice, com 6,92 p.p. Em contrapartida, o ramo da produção e distribuição de electricidade, gás e vapor apresentou o crescimento mais tímido do período, limitado a 2,81%. Já a indústria transformadora, embora com menor protagonismo, acrescentou 1,13 p.p. ao desempenho do IPI.
O indicador estatístico utilizado para medir a evolução da actividade industrial nacional assenta-se sobre uma amostra de 391 estabelecimentos industriais dispersos em todo território, demonstrando, no entanto, fortes assimetrias na sua distribuição geográfica. A capital, Luanda, concentra 178 unidades industriais, o que equivale a, aproximadamente, 46% da amostra total, confirmando-se como o centro de produção do país.
A dispersão regional do inquérito mostra um peso relativo bastante inferior nas restantes províncias. A Huíla surge em segundo lugar, mas com apenas 26 estabelecimentos, uma participação de 6,65%, seguida pelo Cuanza Sul, com 23 (5,88%). Outras províncias como Bengo (20), Benguela (18), Huambo, Malanje e Uíge (13 cada), assim como Lunda Sul (12) e Cuanza Norte, Lunda Norte e Namibe (11 cada) demonstram uma participação mais modesta.
No extremo inferior da representatividade encontram-se Cabinda, com 10 unidades, Cuando Cubango e Cunene, com 9 cada, Zaire, com 8, e, por fim, Bié e Moxico, com apenas 3 estabelecimentos industriais cada, ilustrando, de forma clara, a concentração produtiva no eixo litoral e no centro-sul do país.
De acordo com o boletim, os “Produtos de Energia” surgiram como o motor da variação mensal, ao registarem uma subida de 10,03% face ao mês anterior. Na segunda posição, os “Bens de Consumo” registaram uma evolução de 5,80%. Já os “Bens Intermédios”, fundamentais para o abastecimento de matérias-primas destinadas à transformação, cresceram em um ritmo mais contido, 2,51%. Por outro lado, os “Bens de Investimento”, que traduzem a capacidade de modernização do parque industrial, apresentaram o avanço mais tímido, limitado a 0,85%.
“O Índice de Volume de Negócio registou um aumento de 2,39%, representando um aumento de 4,04 pontos percentuais em relação ao mês anterior. A taxa de variação homóloga fixou-se em-28,32%, registando uma queda de 104,16 pontos percentuais, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. A “Indústria Extractiva” foi a que mais contribuiu na variação mensal, com 2,14 pontos percentuais”, lê-se no documento.