A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, na sigla USAID, é a maior distribuidora de ajuda externa norte-americana, que só em 2023 desembolsou quase US$ 44 biliões.
Angola é um dos países que se tem beneficiado da ajuda da USAID. A relação remonta a 1977, período em que o compromisso de financiamento (obrigação) da agência para o Estado angolano esteve avaliado em US$ 744 619.
Entre 2001 e 2024, USAID efectuou desembolsos acumulados para Angola que totalizam US$ 1,70 bilião, representando o volume efectivo de pagamentos destinados a projectos, programas e parceiros financiados no âmbito das suas operações. Este montante representa um fluxo médio anual de US$ 70,69 milhões ao longo dos últimos 24 anos.
No período em análise, a alocação de recursos da agência norte-americana ao Estado angolano oscilou de forma significativa. O ano de 2003, sob a administração de George W. Bush, destacou-se como o período de maior volume desembolsado, atingindo um montante de US$ 149,13 milhões. Em contraposição, 2020, sob a liderança de Donald Trump, representou o ponto mais baixo desse fluxo de financiamento, com um desembolso de apenas US$ 35,45 milhões.
Nos últimos 24 anos, os Estados Unidos tiveram quatro presidentes, totalizando seis mandatos presidenciais, cada um com duração de quatro anos. Durante esse período, o volume de financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional destinado a Angola variou de forma notável, espelhando diferentes abordagens da política externa norte-americana em relação ao país.
O mandato de Bush (2001-2004), que coincidiu com o fim do conflito armado em Angola, destacou-se como a fase de maior alocação de recursos pela USAID, com uma média anual de US$ 113,41 milhões, acima da média do período em análise. Em contrapartida, o mandato de Donald Trump (2017-2020) caracterizou-se como o período de menor volume de desembolsos para Angola, com uma média anual de US$ 49,86 milhões.
Especialistas em saúde pública de vários países afirmam que “a rapidez com que o governo Trump procedeu ao desmantelamento da USAID terá repercussões profundas e de longo prazo, cujos efeitos serão progressivamente mais evidentes nos próximos anos”.