A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), em consonância com as projecções do mercado, decidiu, neste domingo, 03 de Agosto, pelo sexto mês consecutivo, em ampliar os seus níveis de produção, aprovando um aumento de 547 mil barris por dia (bpd) a partir de Setembro deste ano.
A decisão, que mantém o ritmo adoptado para o mês de Agosto, espelha o compromisso do “cartel” em ajustar, cautelosamente, a oferta global às condições actuais do mercado, num cenário marcado por incertezas económicas e tensões geopolíticas.
O preço do petróleo Brent sofreu uma retracção após a (Opep+) concordar com aumento de produção. O Petróleo do Mar do Norte estava a ser cotado a US$ 68,54 por barril até ao meio dia desta segunda-feira, representando um declínio de 1,07% face ao dia anterior, seguindo a tendência de desvalorização que marca o início do mês. O benchmark internacional acumulou uma queda de quase 6,5% desde 30 de Julho, quando havia fechado a US$ 73,24.
O recuo mais acentuado foi observado no dia 01 de Agosto, quando o preço despencou para US$ 69,67, traduzindo-se numa queda de US$ 2,86 em relação à sessão anterior.
”Estamos a assistir a um realinhamento do mercado, onde os fundamentos da oferta voltam a sobrepor-se às tensões geopolíticas que vinham sustentando os preços desde o início do ano”, afirmou em nota a consultora EnergyVision. “A decisão da OPEP+ de acelerar o fim dos cortes de produção, num contexto de arrefecimento da demanda, pressiona directamente as cotações”, realça a nota.
Entre 30 de Julho e 4 de Agosto, o Brent perdeu US$ 4,70 por barril, numa sequência de quedas que inclui também os dias 31 de Julho (US$ 72,53), 3 de Agosto (US$ 69,28) e a mais recente cotação verificada até ao meio-dia de hoje (US$ 68,54).
A medida surge numa altura em que persistem preocupações quanto ao enfraquecimento da procura nos principais centros consumidores, incluindo os Estados Unidos e a China, e à volatilidade dos preços nos mercados internacionais. Com este novo aumento, a Opep+ mantém a sua abordagem de aumento gradual, que, na sua visão, procura equilibrar os interesses dos países produtores com os sinais de arrefecimento económico global.