Empresas & Negócios

 ‎As 10 empresas mais valiosas do planeta e a hegemonia dos EUA ‎

Bernardo Bunga

1 Setembro, 2025 - 15:31

Bernardo Bunga

1 Setembro, 2025 - 15:31

‎No retrato do capitalismo mundial, os números impressionam e revelam muito mais do que simples estatísticas financeiras, eles traduzem a reconfiguração da geopolítica económica global

‎A lista das empresas mais valiosas do planeta mostra que companhias de base tecnológica assumem hegemonia absoluta no topo da hierarquia de mercado, com os Estados Unidos da América sendo responsável por 80% no universo das dez empresas mais valiosas do planeta.

De acordo com os dados da Companies Market, a NVIDIA, empresa de tecnologia norte-americana, ocupa o primeiro lugar no ranking das dez (10) empresas mais valiosas do mundo, com um valor de mercado de US$ 4,43 biliões, valor que coloca a empresa como responsável de 18,64% da quota de mercado em termo de valorização, superando nomes que, até recentemente, dominavam este panorama, como a Microsoft que vale US$ 3,77 biliões, com um peso de 15,85% no mercado e Apple, US$ 3,42 biliões (14,40%), ocupando a segunda e terceira posições, respectivamente. As três empresas norte-americanas têm uma participação de 48,88% na estrutura das dez empresas mais valiosas do mundo.

‎O predomínio norte-americano é avassalador. Entre as 10 maiores empresas do mundo, oito (80%) pertencem aos Estados Unidos, confirmando o país como uma base incontestável da inovação tecnológica. Apenas a Saudi Aramco, gigante petrolífera da Arábia Saudita com um valor de mercado fixado em US$ 1,53 biliões, responsável por 6,45% da esfera das dez empresas mais valiosas do mundo e a TSMC, de Taiwan (US$ 1,24 biliões), com um peso de 5,22%, conseguiram intrometer-se às gigantes da maior economia do mundo.

‎O ranking também evidencia o enfraquecimento relativo de sectores tradicionais. O petróleo, outrora intocável, encontra-se agora cercado pela ascensão das empresas digitais. A presença da Saudi Aramco na sexta posição lembra, contudo, que a transição energética ainda não derrubou os combustíveis fósseis como alicerce da economia global. Do outro lado, a inclusão da TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company Limited), nono no ranking, demonstra a importância da indústria de semicondutores, vital para a produção de chips avançados que alimentam desde smartphones até supercomputadores de IA.

‎Outro dado relevante é o lugar da Tesla, empresa norte-americana de automóveis eléctricos e tecnologias de energia, liderada por Elon Musk, embora ocupe a décima posição no ranking das empresas com maior cotação de mercado, a empresa vale US$ 1,13 biliões, traduzindo-se com um símbolo de viragem para a mobilidade eléctrica. A sua permanência no top 10 confirma que a revolução automóvel já não se mede em cilindros ou barris de petróleo, mas sim em algoritmos, baterias e software.

‎Se, em décadas passadas, a hegemonia do ranking cabia a conglomerados petrolíferos e industriais, o presente é incontestável, a tecnologia não só domina, mas reconfigura o próprio conceito de valor económico, ou seja, o avanço das plataformas digitais como a Meta (Facebook) com um valor de mercado de US$ 1,88 biliões e das gigantes da computação em nuvem, como a Amazon (US$ 2,44 biliões) e a Alphabet (Google) (US$ 2,51 biliões), mostra que a riqueza moderna nasce cada vez mais da capacidade de armazenar, processar e monetizar dados.

‎No entanto, esta lista funciona como um barómetro do século XXI, sinalizando não apenas onde está o capital, mas sobretudo para onde caminha o poder mundial, da exploração de recursos tangíveis para o domínio da inteligência artificial, dos algoritmos e da infra-estrutura digital. Para muitos economistas ao redor do mundo, o desafio que se impõe é claro, os países que não conseguirem se integrar nesta nova lógica correm o risco de se tornarem irrelevantes na economia global.

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