Empresas & Negócios

Contas da Sodiam aprovadas com reservas

Antunes Zongo

27 Maio, 2024 - 09:18

Antunes Zongo

27 Maio, 2024 - 09:18

Apesar de ter apresentado resultados positivos com lucros na ordem dos 29 milhões de dólares norte-americanos, o auditor externo não conseguiu, em parte, aferir a fiabilidade dos números apresentados pelos gestores da empresa pública responsável pela supervisão do mercado diamantífero no País

A Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM E.P.) registou lucros de pouco mais de 29 milhões de dólares, cerca de 20 mil milhões de kwanzas, representando um crescimento de 1,7% em relação a 2022, período em que a companhia pública teve um resultado líquido na ordem dos 28,5 milhões de dólares (13,1 mil milhões de kwanzas).

De acordo com as demonstrações de resultados de 2023, compulsados pelo O Telegrama, o activo total da companhia, por exemplo, cresceu 7,9% para 465,9 milhões de dólares (386,1 mil milhões de kwanzas), contra 431,4 milhões de dólares (217,3 mil milhões de kwanzas) do período homólogo.

Entretanto, a Deloitte, o auditor independente, aprova as contas da Sodiam com reservas. A consultora justifica a posição com o facto de a empresa, cujo PCA é Eugénio Pereira Bravo da Rosa, não ter, até à conclusão da observação das contas e produção do parecer, respondido aos pedidos de esclarecimentos requeridos.

“À semelhança do exercício anterior, no decurso da nossa análise à rubrica ‘Estado e outros entes públicos’, verificámos que se encontra contabilizado a débito naquela rubrica um montante de aproximadamente 2.105.474 USD (2.505.932 USD em 2022), que resulta de saldos migrados do anterior sistema contabilístico, bem como da ausência da compensação de pagamentos e regularização por parte da empresa”, lê-se no parecer da Deloitte.

“Adicionalmente”, explica o auditor, “não foi considerado pela empresa o efeito da alteração legislativa ocorrida durante 2020 em sede de imposto industrial, a qual veio a estipular a não tributação e a não dedutibilidade dos ganhos e perdas cambiais não realizados”, facto que contraria “os procedimentos contabilísticos e fiscais”, podendo estes virem a ser “susceptíveis de ser questionados por parte das autoridades fiscais”.

Entre outras razões que levam a consultora a aprovar com reservas as contas da Sodiam, estão as informações financeiras tidas como insuficientes constantes nas rubricas ‘Investimentos em subsidiária e associadas’, bem como em ‘contas a receber’.

A Deloitte refere que as informações dessas rubricas nas Demonstrações Financeiras não lhe permitem concluir, por exemplo, sobre a viabilidade de a Sodiam receber do investimento e suprimentos no valor de 79,4 milhões de dólares, “concedidos à Victoria Holding, Limited”, companhia em que a Sodiam detém 50% de suas participações sociais.

Por outro lado, a Deloitte queixa-se também de não haver detalhe integral que permitam efectuar uma análise completa da exequibilidade da companhia através das rubricas ‘contas a receber – clientes correntes’ e contas a pagar – Fornecedores’.

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