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Estados Unidos e China mantêm liderança na criação de milionários ‎

Bernardo Bunga

5 Setembro, 2025 - 09:08

Bernardo Bunga

5 Setembro, 2025 - 09:08

‎De acordo com o relatório sobre a riqueza global 2025 do banco suíço UBS, mais de 680 mil novos indivíduos atingiram o estatuto de milionários em 2024. O destaque percentual recai sobre a Turquia, onde o número de milionários registou uma expansão de 8% em relação ao ano anterior. As previsões colocam o Estados Unidos e a China como protagonistas do dinamismo financeiro nos próximos cinco anos

‎Enquanto os holofotes se voltam para o crescimento do número de milionários em escala global, o relatório do banco suíço UBS apresenta uma realidade menos linear. A evolução da desigualdade de riqueza tem seguido caminhos diferentes. Nos últimos cinco (5) anos, segundo o documento, a igualdade de distribuição patrimonial aumentou em 26 dos 56 mercados analisados, regrediu em 29 e manteve-se estática em apenas um.

‎Em 2000, o contingente de indivíduos com patrimónios superiores a US$ 1 milhão somava 14,7 milhões nos países analisados (EUA, China, França, Japão, Alemanha, Reino Unido, Canada e Austrália), passadas pouco mais de duas décadas, em 2024, esse número já chega aos 60 milhões, representando um crescimento de quase 300% e ilustrando a velocidade sem precedentes com que a concentração de riqueza se expandiu em escala global.

‎Esse movimento, embora notável, revela uma assimetria quando contrastado com o ritmo da redução da pobreza extrema. Definida pelo patamar de subsistência de US$ 3 por dia, essa condição social ainda afecta centenas de milhões de pessoas. No início do milénio, aproximadamente 1,7 bilhão de indivíduos sobreviviam nessa situação, número que, apesar dos esforços multilaterais, caiu para 808 milhões em 2024, uma redução de 52% em pouco mais de vinte anos.

‎Os Estados Unidos continuam a ser, de longe, o epicentro global da riqueza privada, reunindo em 2024 um contingente de 23,8 milhões de milionários em dólares norte-americanos. Este número impressiona não apenas pelo volume absoluto mas também pela proporção relativa, ou seja, cerca de 7% da população norte-americana possui um património superior a sete dígitos, reforçando a centralidade dos EUA como pólo de acumulação de capital em larga escala.

‎Na segunda posição surge a China, que contabiliza 6,3 milhões de milionários, o que representa 0,4% da sua vasta população. O dado ganha relevo quando analisado em perspectiva histórica. Desde o ano 2000, o país asiático registou uma ascensão rápida no número de indivíduos com fortunas milionárias.

‎O terceiro lugar é ocupado pela França, com 2,9 milhões de milionários, o equivalente a 4,2% da população francesa. Apesar de não ostentar a mesma escala que Estados Unidos ou China, o desempenho francês projecta o país europeu como uma das mais consistentes plataformas de riqueza no Ocidente.

‎No entanto, o relatório identifica duas excepções notórias, a Holanda e o Reino Unido. Enquanto o caso holandês surge associado a um mercado relativamente estável, com menor volatilidade na criação de grandes fortunas, o cenário britânico projecta-se como um verdadeiro ponto de variação. Segundo as estimativas, o Reino Unido deverá perder 3,1% dos seus milionários até 2028, o que equivale a uma redução de cerca de 81 500 pessoas em comparação com 2024.

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