Empresas & Negócios

Paris consegue encerrar à tona; Executivo de Barnier cada vez mais próximo da queda

Diogo Medo Fernandes

, Ricardo Jesus Silva

2 Dezembro, 2024 - 19:40

Diogo Medo Fernandes

Ricardo Jesus Silva

2 Dezembro, 2024 - 19:40

Depois de uma sessão de grande volatilidade, a bolsa francesa conseguiu terminar o dia à tona, numa altura em que os investidores avaliam o impacto dos mais recentes desenvolvimentos no cenário político do país. As restantes praças europeias acompanharam esta tendência, com Lisboa a ser única a encerrar a primeira sessão de dezembro em território negativo

O “benchmark” europeu, o Stoxx 600, avançou 0,66% para 513,61 pontos – perto de máximos de quase um mês -, com o alemão DAX a alcançar um novo recorde. Já o francês CAC-40, que chegou a cair mais de 1% durante a sessão desta segunda-feira, conseguiu inverter a tendência de negociação e fechar com uma valorização residual de 0,02%.

O principal impulsionador do índice gaulês foi mesmo o setor de luxo, que esteve a beneficiar da perda de terreno do euro face às suas principais concorrentes. Empresas como a Hermes e a LVHM conseguiram dar fôlego à bolsa parisiense, ao crescerem mais de 3% cada, e compensar as perdas registadas no setor bancário francês.

Estes movimentos acontecem depois de o governo de Michel Barnier ter decidido ativar o artigo 49.3 da Constituição do país para conseguir aprovar legislação sem o parecer do Parlamento, o que, por sua vez, abriu porta à apresentação de moções de censura ao executivo por parte da oposição. Tanto a esquerda da Nova Frente Popular, como a extrema-direita da União Nacional, já anunciaram que vão apresentar uma moção de censura ao executivo de Barnier, que deverá ser votada até quinta-feira e, caso seja aprovada, levará à queda do governo, que tomou posse em setembro.

“A instabilidade num governo não é realmente uma boa notícia para ninguém. Acrescenta definitivamente um risco ao mercado e estamos a ver que o CAC-40 tem estado entre os mais pressionados do mundo este ano”, afirma Steve Sosnick, analista-chefe de mercados da Interactive Brokers, à Reuters.

Entre as principais movimentações de mercado, o destaque do dia vai para a Stellantis, que encerrou a sessão a perder 6,37%, nos 11,73 euros, o valor de fecho mais baixo desde 14 de julho de 2022. A saída, com efeitos imediatos, de Carlos Tavares da liderança da Stellantis castigou fortemente as ações do gigante automóvel nascido da fusão entre a Peugeot Citroën (PSA) e Fiat Chrysler (FCA).

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 1,57%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,21%, o britânico FTSE 100 subiu 0,31% e o espanhol IBEX 35 avançou 0,81%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,67%.

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