Petróleo caminha para perda semanal. Procura da China e excesso de oferta preocupam
As cotações de crude estão a negociar em terreno negativo e caminham para uma perda semanal, pressionado em várias frentes.
Por um lado está a força do dólar norte-americano desde a vitória de Donald Trumo na corrida à Casa Branca. Por outro, o facto de a economia chinesa ter mostrado alguma resiliência, mas que continua sem chegar ao mercado petrolífero e, por fim, o anúncio da Agência Internacional de Energia que irá haver um excesso de oferta de petróleo em 2025.
O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os EUA – perde 1,46% para os 67,70 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – recua 1,38% para os 71,56 dólares por barril.
No acumulado do ano, o Brent recuou mais de 6%, com o benchmark global atingindo o menor nível desde setembro de 2021.
“Embora haja alguns sinais positivos nos dados, claramente ainda não estamos fora de perigo”, disse à Bloomberg Warren Patterson, do ING Group NV, referindo-se aos números da economia chinesa. “A produção industrial foi mais fraca do que o esperado e os números do petróleo também não foram ótimos, com a atividade de refinaria e a procura a abrandar”, acrescentou.
Europa aponta para perdas na abertura. Economia chinesa dá fôlego à Ásia
As palavras do presidente da Reserva Federal atiraram os futuros da Europa e dos EUA para o vermelho. Jerome Powell indicou que, com uma economia resiliente nos EUA, o banco central não tem pressa em cortar os juros.
Os investidores estarão esta sexta-feira focados nas previsões económicas de Bruxelas para a União Europeia e Zona Euro, assim como para o PIB do Reino Unido do terceiro trimestre e para os índices de preços no consumidor (IPC) de França e Itália de outubro.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 desceram 0,6%.
Na Ásia, as cinco sessões consecutivas em queda parecem ter mostrado algum alívio, com os sinais de estabilização do crescimento da China a darem algum fôlego às ações.
Um relatório de atividades da China ontem divulgado deu conta de uma aceleração nas vendas do retalho – a maior em oito meses e resultado aparente dos pacotes de estímulo do banco central no final de setembro. Também os preços dos imóveis desceram mas a um ritmo mais lento. Depois de ontem a JD ter registado uma moderada subida das receitas, o mercado estará hoje atento aos resultados do grupo Alibaba.
No Japão, o Nikkei ganhou 0,28% e o Topix valorizou 0,4%. Na Coreia do Sul, o Kospi deslizou 0,08%. Na China, o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 0,2% e o Shanghai Composite perdeu 1%.