Num cenário bastante adverso que temos vivido ao longo deste ano, elegemos o actual Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, como a figura de destaque nacional de 2023.
Desde logo, pelo impacto que as medidas que vinha tomando, enquanto Governador do Banco Nacional de Angola, por terem mitigado os efeitos menos positivos da falta de reformas estruturais de que a nossa economia padece, bem como por terem consolidado a credibilização do sistema financeiro na esfera global.
As medidas de política monetária permitiram estabilizar as taxas de juro, dentro de bandas aceitáveis, trazendo certa previsibilidade e estabilidade nos preços. A gestão da reserva obrigatória, bem como a disponibilização das operações de mercado aberto, tiveram o impacto esperado no seu consulado enquanto Governador do BNA.
As intervenções do Banco Central tiveram, igualmente, impacto positivo no projecto de diversificação económica. Instrumentos como o Aviso n.º 10/22, sobre o crédito ao sector real da economia, têm feito crescer o apetite ao crédito e a consciencialização dos stakeholders sobre o valor acrescentado destas iniciativas para a economia como um todo, resultando assim numa evolução positiva da produção agrícola e industrial angolana.
No mercado cambial, vimos um conjunto de medidas que trouxeram maior transparência na fixação da taxa de câmbio. As operações de venda via Bmatch da Bloomberg foi um primeiro passo para o acesso mais transparente às divisas, muito embora tendo ainda um caminho a fazer. Durante o seu mandato, em especial nos primeiros seis meses do ano, assistimos também a uma redução do gap (diferencial) entre a taxa do mercado oficial e a do mercado paralelo.
Apesar dos enormes desafios que existiram e continuam a existir, foi possível manter as Reservas Internacionais Líquidas dentro dos padrões internacionalmente recomendáveis.
Nas vestes de MECE, implementou um conjunto de medidas, com destaque para (i) as Medidas de Estímulo à Economia e de Dinamização; (ii) a supressão de visto de turismo para cidadãos dos países do G20 com o objectivo de, entre outros, melhorar o ambiente de negócios; (iii) a redefinição do funcionamento da Reserva Estratégica Alimentar para assegurar um melhor controlo dos preços e fomentar o consumo da produção nacional; (iv) inibiu o consumo de produtos importados por parte das entidades governamentais; e (v) a promoção da captação de fundos para o financiamento da campanha agricultura.
