Finanças & Wall Street

Accionistas do BFA reúnem-se a 1 de Abril em assembleia ordinária

Maurício Vieira Dias

7 Março, 2024 - 18:35

Maurício Vieira Dias

7 Março, 2024 - 18:35

Gestores do banco pretendem alterar os estatutos  e aplicar uma remuneração variável para os membros da comissão executiva liderada por Luís Gonçalves

O presidente da Mesa da Assembleia Geral de Accionistas do Banco de Fomento Angola (BFA), o banqueiro Coutinho Nobre Miguel, convocou os donos da instituição bancária para uma assembleia-geral anual, que terá lugar no dia 1 de Abril, na qual os sócios do segundo maior banco em activos do País vão analisar 11 pontos, entre os quais a proposta de aplicação do lucro de 167,3 mil milhões Kz (202 milhões USD) obtido em 2023.

A eleição da comissão de remunerações dos órgãos sociais e o plano de investimentos são outros pontos em agenda.

De acordo com a convocatória, publicada no Jornal de Angola e assinada por Coutinho Nobre Miguel, antigo PCA do Banco SOL, o encontro servirá, também, para uma discussão e aprovação do plano estratégico 2024-2026.

No ano transacto, de acordo com dados espelhados nos balancetes do IV trimestre, o BFA perdeu para o BAI o pódio dos bancos mais rentáveis do mercado, ao ter encerrado com lucro estimado em 167,3 mil milhões Kz (202 milhões USD), contra o resultado líquido positivo do BFA, de 199,6 mil milhões de kwanzas, correspondente a 241 milhões de dólares, à taxa de câmbio actual do Banco Nacional de Angola (BNA).

O BFA foi constituído por escritura pública de 26 de Agosto de 2002, no segmento da transformação da Sucursal de Angola do português BPI, em banco de direito angolano. Até ao início de 2017, o banco era detido maioritariamente pelo Grupo BPI, que controlava 50,1% das acções, e os restantes 49,9% eram detidos pela Unitel da empresária Isabel dos Santos.

“No dia 5 de Janeiro de 2017, em execução do acordo de compra e venda de acções celebrado em 7 de Outubro de 2016, concretizou-se a venda, pelo Banco BPI, da participação representativa de 2% do capital social do BFA à Unitel, que passou a ser accionista maioritário do BFA, que detém 51,9% do respectivo capital social”, lê-se no site do banco.

O excesso de exposição do BPI em Angola, por conta da participação de 48,1% no BFA,  na óptica do Banco Central Europeu, forçou o banco português a colocar à venda as suas acções, mas teve de suspender a operação devido às condições do mercado angolano, nomeadamente a depreciação do kwanza.

Para adquirir a participação do BPI no BFA estavam o Grupo Carrinho e o advogado e antigo Ministro de Estado e chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Maria Feijó, duas entidades que já tinham avançado com as propostas de compra.

Para se ter uma ideia da depreciação, basta sublinhar que até Junho de 2023, o valor dos 48,1 % das acções do BPI no BFA tinha caído de 414 milhões de euros para cerca de 280 milhões, devido à desvalorização do kwanza.

Partilhar nas Redes Sociais

error: Content is protected !!

Leia o principal veículo de informação financeira de Angola

CONTEÚDO PREMIUM DESDE

AOA 1.999/Mês