Finanças & Wall Street

Angola: real situação da economia analisada na conferência BFA Capital Markets

19-04-2024 10:57

José Praia

Jornalista

19-04-2024 10:57

José Praia

Jornalista

Financiamento à economia via mercado de capitais, investimentos estrangeiros e nacionais, bem como remoção dos subsídios aos combustíveis foram abordados na primeira Conferência BFA Capital Markets, sociedade pertencente ao Grupo BFA

O retrato da economia nacional apresenta uma inflação de 1,64% ao ano, desemprego na ordem de 31,90% (dezembro 2023) e o crédito ao sector real da economia a baixar em 4,48 pontos percentuais ao ano, situando-se em 5,34%, de acordo com a Nota de Informação Rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este documento tem como complemento a Nota de Informação Estatística sobre o Crédito do Banco Nacional de Angola (BNA).

Nesta perspectiva, o BFA Capital Markets juntou os pensadores da economia nacional e os players de mercado, que passaram à lupa “as perspectivas económicas para 2024”.

No evento, realizado nesta quinta-feira (18), em Luanda, foram discutidos temas como o financiamento bancário e investimentos nacionais e estrangeiros. A remoção dos subsídios aos combustíveis foi outro tema em análise.

O economista-chefe do Gabinete de Estudos Económicos do BFA diz que o país está condicionado economicamente devido à inflação. Na visão de José Miguel Cerdeira, a melhor maneira para os investidores injectarem dinheiro no mercado de capitais passa pelo melhoramento das medidas de políticas económicas do Estado angolano.

“A taxa de inflação elevada este ano está a condicionar a actividade económica”.

Entretanto, no entendimento deste economista, de 32 anos, há um caminho curto para inversão do cenário actual no sentido de aliviar a economia. “É possível financiar a economia nacional com os investimentos bancários, basta olhar para os vários projectos de negócios financiados pela banca”, afirmou Cerdeira.

Victor Lledo, representante máximo do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, sugere outra alternativa, tendente a animar a produção interna através de emissão de títulos e obrigações do tesouro. E justifica a sua tese: “os investidores nacionais e estrangeiros vêem com bons olhos e são atraídos a comprar porque sabem que o Governo é bom pagador”.

A representar o Governo na conferência do BFA esteve o secretário de Estado para o Investimento Público (Ministério do Planeamento), Ivan Marques dos Santos.

Debruçando-se sobre o impacto no bolso dos cidadãos na sequência da primeira medida de remoção dos subsídios aos combustíveis, o governante disse que, tendo em conta a experiência de 2023, “tomou-se medida monetária orçamental” visando “mitigar os efeitos da inflação”, o que, ainda segundo Ivan, tem vindo a aumentar as receitas do Estado e “ajudar o governo a poupar mais e reduzir o déficit orçamental”, tornando o OGE mais sustentável.

O Grupo BFA organiza a Conferência BFA Capital Markets com o intuito de partilhar a experiência adquirida no que concerne aos serviços e actividades de investimentos relacionados com o mercado de capitais, bem como, tenciona usar o seu diferencial de mercado como estratégia para estimular a inovação e construir um futuro financeiro que transcenda a mera rentabilidade, impulsionando a prosperidade sustentável e o crescimento inclusivo nos mercados de investimento globais, proporcionando uma atmosfera propícia para a imersão intelectual e conexões significativas nos mercados de capitais e serviços associados.

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