Os accionistas do Banco Internacional de Crédito (BIC) vão aprovar uma nova composição do conselho de administração e da comissão executiva. Numa convocatória assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Manuel Pinheiro Fernandes, fica patente que os accionistas pretendem passar à lupa não apenas os resultados que constam do balancete do segundo trimestre, mas também vão olhar para as contas individuais do Banco, relativas ao mês de Setembro de 2024.
Esta reunião, que terá lugar pelas 9 horas, no dia 24 de Outubro, no edifício sede da entidade bancária, em Talatona, vai também analisar um outro ponto, novamente sobre os resultados financeiros do banco, relativamente a 2023 e dos anos anteriores. Acontece, porém, que esta será a segunda vez em menos de um ano que os donos do BIC estarão reunidos para apreciar e deliberar sobre o relatório e contas de 2023, tema que tinha sido debatido a 18 de Abril passado.
Salta ainda à vista o facto de esta reunião servir, igualmente, para a análise dos resultados de períodos anteriores, ou seja, desde o início do mandato da actual comissão executiva.
Além de outros assuntos de interesse da sociedade, a convocatória assinada pelo banqueiro Manuel Pinheiro vai deliberar sobre a “eleição dos órgãos sociais para o triénio 2025 a 2027”, entenda-se uma alteração e/ou renovação dos actuais gestores que integram o conselho de administração e a comissão executiva.
Hugo Miguel Silva Teles, que preside a comissão executiva, está à frente da instituição desde 2021. O Banco BIC é a pior instituição no que diz respeito à política de igualdade de género, uma vez que, dos onze membros que compõem o seu conselho de administração, onde estão integrados os presidentes do órgão e da comissão executiva, além de administradores executivos e não executivos, não há nenhuma presença feminina, embora, no seu quadro de colaboradores, as mulheres representem 51% do capital humano.
No mesmo dia, após a reunião de accionistas do Banco BIC, está prevista, uma hora depois (10 horas), uma reunião de accionistas do BIC Seguros, que, na prática, são as mesmas individualidades. Nesta reunião estarão em cima da mesa as contas do terceiro trimestre, a eleição de novos órgãos sociais e assuntos diversos.
Na classificação geral da banca nacional, o BIC recuou para o décimo primeiro lugar no ranking, com os lucros a caírem 95% para AOA 4,3 mil milhões (US$ 5,1 milhões) no segundo trimestre deste ano, face a AOA 52 mil milhões (US$ 23 milhões) do período homólogo. Um resultado muito aquém das expectativas, por ser o terceiro banco sistémico em termos de riqueza (activos) e que mais paga a quota de reserva obrigatória cobrada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), apenas atrás do Banco Angolano de Investimentos (BAI) e do Banco de Fomento Angola (BFA).
Os bancos não sistémicos como o Banco Caixa Geral Angola (BCGA), Banco de Investimentos Rural (BIR) e Banco de Crédito do Sul (BCS) tiveram maior performance, sendo classificados em sétimo, oitavo e nono lugares, respectivamente.