Finanças & Wall Street

“Banco Mau” litiga AOA 88,52 mil milhões do malparado do BPC

Adnardo Barros

8 Maio, 2025 - 18:52

Adnardo Barros

8 Maio, 2025 - 18:52

A Recredit, entidade estatal criada em 2016, inicialmente, para gerir os activos tóxicos do único banco comercial de capitais inteiramente estatais, tendo, mais tarde, estendido a sua acção para a banca comercial privada, informou que, dos 476 processos recepcionados do BPC, 139 encontram-se em contencioso, traduzindo-se em AOA 88,51 mil milhões (US$ 97 milhões), o que corresponde a 31% da carteira global do crédito malparado

De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, 07, em 2024, a Recredit atingiu uma recuperação do crédito malparado do Banco de Poupança e Crédito (BPC) no valor de AOA 108,4 mil milhões, equivalente a 118 milhões de dólares norte-americanos, o que representa 38% dos AOA 288 mil milhões (US$ 316 milhões) investidos.

Deste montante investido na carteira de crédito, AOA 88,51 mil milhões (US$ 97 milhões), correspondente a 31%, encontram-se em litígio e AOA 136 mil milhões (US$ 149 milhões) estão em fase de negociação.

A entidade estatal criada inicialmente para gerir os activos tóxicos do único banco comercial de capitais estatal, tendo, mais tarde, estendido a sua acção para a banca comercial privada, recepcionou 476 processos dos quais 337 já foram negociados e os restantes 139 processos encontram-se em contencioso.

O relatório da entidade revela, ainda, que os activos da empresa atingiram os AOA 283,83 mil milhões, registando um crescimento de 2% face ao ano anterior. Já o passivo recuou para AOA 1,87 mil milhões, representando uma redução de 5%, o que evidencia um controlo eficaz dos custos operacionais.

Durante a apresentação do balanço anual, que decorreu numa unidade hoteleira da capital, o presidente do Conselho de Administração da Recredit, Walter Barros, sublinhou que muitos dos devedores pagam a Recredit com activos imobiliários.

“A recuperação de crédito malparado continua a apresentar desafios. A alienação de imóveis recebidos como garantia tem sido um dos principais obstáculos, dificultando a transformação desses activos em liquidez imediata”, acrescentou

Barros acrescentou, por outro lado, que o processo de cobrança tem enfrentado outros entraves legais e operacionais. “Quando as negociações amigáveis não resultam, os casos são encaminhados para a nossa área de contencioso. Persistindo o insucesso, recorremos aos tribunais para dar continuidade à recuperação judicial dos valores devidos”, explicou.

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